Economia

Setor de loteamentos projeta faturar R$ 3,6 bilhões em Minas Gerais até o final do ano

Divinópolis, Lagoa Santa, Juiz de Fora e Pouso Alegre são apontados como principais vetores de crescimento no Estado
Setor de loteamentos projeta faturar R$ 3,6 bilhões em Minas Gerais até o final do ano
As unidades lançadas registraram crescimento de 20% em relação ao total registrado no exercício anterior, alta foi puxada pelas cidades do interior | Foto: Jomar Bragança

Impulsionado por avanços em processos e aprovação de empreendimentos represados, o setor de loteamentos continua aquecido em Minas Gerais. Até dezembro, a expectativa é que o segmento imobiliário acumule R$ 3,6 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) no Estado durante 2025, um crescimento de 20% na comparação com o ano anterior.

A estimativa é da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano de Minas Gerais (Aelo-MG). O resultado é R$ 600 milhões maior frente ao registrado no ano passado, quando atingiu R$ 3 bilhões em VGV.

De acordo com o presidente da Aelo-MG, Gustavo Almeida Amorim, a expansão do setor é resultado de um maior volume de empreendimentos que estavam para ser aprovados e diversos lançamentos estão ocorrendo ao longo do ano. “Empreendimentos represados em aprovação, devido a trabalhos e tempo de maturação de projetos, estão sendo aprovados agora, potencializando lançamentos”, pontua.

As unidades lançadas, segundo ele, representam um crescimento de 20% em relação ao total registrado no exercício anterior. Esse avanço tem sido puxado, sobretudo, por cidades do interior, que passaram a concentrar uma fatia cada vez maior de novos empreendimentos: fator que pode ser explicado pela expansão de polos industriais e de serviços, além do encarecimento dos terrenos nas capitais.

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Dentre os municípios em destaque, Amorim destaca Divinópolis como um dos maiores vetores de crescimento em 2025. A cidade, localizada no Centro-Oeste mineiro, passava por desafios em aprovações, conseguiu destravar um número significativo de imóveis, resultando em um aumento expressivo no número de lançamentos.

Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Pouso Alegre, no Sul de Minas e Juiz de Fora, na Zona da Mata, também figuram entre as cidades potenciais e já apresentam bons resultados ao longo do ano. “São potências, quando nos referimos aos vetores de lançamentos de empreendimentos ao longo do ano. O crescimento da demanda por lotes, com a valorização imobiliária, levaram loteadoras a apresentarem alto desempenho de vendas”, explica o dirigente.

Entretanto, a dificuldade de capitalização segue impedindo que as loteadoras avancem com maior expressividade no País. Com o custo de captação de recursos cada vez mais elevado, a pressão sobre as margens de lucro se intensifica, já que uma fatia significativa do resultado acaba comprometida com o pagamento desse capital.

Além dos altos custos, tramites burocrático relacionado a licenciamentos ambientais, também afetam o setor e prorrogam significativamente o cronograma dos empreendimentos. Também considerado um entrave, o tempo médio de aprovação de loteamento, que gira em torno de quatro anos, também é discutido para uma redução de aproximadamente 50%.

“Há um esforço conjunto para desburocratizar e dar mais previsibilidade a esses processos. A ideia é estreitar discussões com órgãos públicos e entes municipais para ganhar eficiência no prazo”, reforça Amorim.

Nova gestão promete estreitar relacionamento com órgãos públicos

A Aelo-MG, que representa o setor, empossou neste mês a nova diretoria executiva para o biênio 2025-2027. Comandada pelo novo presidente, Gustavo Almeida Amorim, da Incorpe Empreendimentos Imobiliários, a gestão trabalhará para expandir o número de associados e criar diferenciais a partir de sinergias entre loteadoras.

A entidade, segundo ele, propõe desde a sua criação, a criação de pontes e oportunidades de relacionamento com governo estadual e prefeituras. “Atuaremos para garantir a eficiência de construção e relacionamento com órgãos públicos, uma vez que a burocracia é nossa maior dificuldade”, diz.

“Nosso setor é vital para o desenvolvimento urbano e econômico de Minas Gerais. Queremos consolidar a Aelo-MG como um espaço de diálogo, inovação e representatividade, que apoie as empresas e contribua para cidades mais planejadas e sustentáveis”, frisa o dirigente.

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