Economia

Lucro líquido da Usiminas cai de R$ 1,6 bilhão em 2023 para R$ 3,4 milhões em 2024

Em balanço divulgado nesta sexta-feira (14), o grupo de Ipatinga, no Vale do Aço, afirma que a queda é reflexo, sobretudo, das perdas cambiais líquidas registradas em 2024
Lucro líquido da Usiminas cai de R$ 1,6 bilhão em 2023 para R$ 3,4 milhões em 2024
Crédito: Divulgação Usiminas

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) reportou um lucro líquido de R$ 3,4 milhões no ano passado. Em 2023, o montante ultrapassou R$ 1,6 bilhão.

Em balanço divulgado nesta sexta-feira (14), o grupo de Ipatinga, no Vale do Aço, afirma que a queda é reflexo, sobretudo, das perdas cambiais líquidas registradas em 2024.

No exercício passado, a empresa teve uma perda cambial de R$ 544 milhões, ante ganho de R$ 232 milhões nos doze meses anteriores, consequência do efeito da desvalorização de 27,9% do real frente ao dólar reportada no fechamento anual, o que impactou negativamente os passivos da companhia na moeda norte-americana.

Principalmente devido às perdas cambiais, o resultado financeiro da Usiminas de um ano para o outro passou de R$ 366 milhões positivos, para R$ 595 milhões negativos. Ao mesmo tempo, a dívida líquida atingiu R$ 937 milhões no encerramento de 2024, em comparação com caixa líquido de R$ 89 milhões documentado ao término de 2023.

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Grupo investiu R$ 1,1 bilhão no ano passado e prevê aumentar o capex em 2025

Conforme previsto, os investimentos do grupo totalizaram R$ 1,1 bilhão no ano passado. Desse montante, R$ 834 milhões foram à siderurgia e R$ 249 à unidade de mineração.

Em relação ao exercício anterior, quando a empresa reportou capex recorde de R$ 3 bilhões, marcado pela reforma do alto-forno 3, da usina de Ipatinga, houve recuo de 68,6%.

Para 2025, a Usiminas prevê investimentos entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,6 bilhão.

Entre os principais projetos em curso, estão:

  • o da reforma da Coqueria e a instalação da nova planta de PCI (Sistema de Injeção de Carvão Pulverizado) do alto-forno 3, ambas no Vale do Aço;
  • a construção de um parque solar fotovoltaico em Jaíba, no Norte de Minas Gerais;
  • e a descaracterização da barragem Samambaia, em Itatiaiuçu, na região Central do Estado.

Produção de aço da empresa aumenta e de minério de ferro diminui

Em 2024, a produção de aço bruto da Usiminas alcançou 3,2 milhões de toneladas, alta de 54% frente a 2023. Foi o segundo maior volume desde a paralisação das áreas primárias de Cubatão, em 2015, refletindo o aumento da capacidade produtiva do alto-forno 3.

A empresa também produziu 8,5% mais laminados no último exercício, em relação ao anterior. Foram 4,4 milhões de toneladas fabricadas nas usinas de Ipatinga e Cubatão.

O volume de vendas anual da siderúrgica subiu 5,8%, para 4,3 milhões de toneladas. O crescimento se concentrou no mercado interno, responsável por comprar 3,9 milhões de toneladas, alta de 7,7%, puxada pelos segmentos industriais (39% de participação) e automotivo (34%). Já as exportações somaram 337 mil toneladas, retração de 11,7%.

Por outro lado, a Mineração Usiminas produziu 8,2 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado, baixa de 7,3%, ante 2023. A queda foi devido, principalmente, à parada operacional desde novembro de 2023 da instalação de tratamento de minério leste (ITM Leste), em Mateus Lemes, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Da mesma forma, as vendas do braço mineral caíram 6,5%, para 8,5 milhões de toneladas. As exportações totalizaram 5,8 milhões, baixa de 13%, e as negociações de terceiros no mercado interno somaram 669 mil toneladas, recuo de 36%. Em contrapartida, as vendas próprias no mercado doméstico interno chegaram a 2 milhões de toneladas, alta de 47%.

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