Lucro da Cooxupé sobe 9,5% e bate o recorde

A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) voltou a apresentar números recordes em 2021, apesar dos problemas climáticos que reduziram a produção dos cooperados. Com preços mais altos em um mercado afetado por seca e geadas, o faturamento chegou a R$ 6,7 bilhões no ano passado, representando avanço de 34% em relação a 2020 (R$ 5,03 bilhões). O lucro da cooperativa também foi recorde e chegou a R$ 356 milhões, alta de 9,5% frente ao exercício anterior (R$ 325 milhões).
Com o desempenho, a Cooxupé vai distribuir R$ 120 milhões entre os cooperados – outro número histórico. O valor é 12% maior que o distribuído no exercício anterior (R$ 107 milhões). Os dados constam do balanço divulgado pela cooperativa na última sexta-feira (25).
“Os resultados nos surpreenderam positivamente diante de um ano com tamanhas dificuldades. Batemos recordes no faturamento, no resultado e na distribuição, três indicadores muito importantes. A cotação internacional do café foi fundamental para esse desempenho, uma vez que tivemos momentos em que as sacas chegaram a custar R$ 1.500. Assim, mesmo com uma colheita menor do que o inicialmente esperado, já que esperávamos uma supersafra, que não veio, os números foram satisfatórios”, disse o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo.
O balanço também revelou que a Cooxupé recebeu, em 2021, 5,6 milhões de sacas de café arábica. O número caiu 30,8% em relação ao volume recorde de sacas do ano anterior, quando foram recebidas 8,1 milhões de sacas. Dessas, 4,5 milhões de sacas foram entregues somente pelos cooperados, ante 6,6 milhões no ano anterior. A produção dos cooperados também caiu em 2021. Ao todo foram 7,49 milhões de sacas contra 10,99 milhões de sacas no ano anterior. Segundo a cooperativa, as metas conquistadas estão dentro do esperado, após serem revistas por conta das intempéries climáticas.
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Além disso, os embarques resultaram em cerca de 6 milhões de sacas, das quais 4,9 milhões corresponderam às exportações diretas para clientes de 50 países. Em relação ao mercado de cafés especiais, os embarques da cooperativa somaram 147,9 mil sacas, sendo 131,3 mil para o mercado externo e 16,5 mil para o interno, por meio da SMC Specialty Coffees – empresa controlada pela Cooxupé com atuação no mercado de cafés finos e especiais. Em 2020 os embarques da Cooxupé, que compreende Sul de Minas, Cerrado Mineiro e média Mogiana Paulista, haviam somado 5,9 milhões de sacas, sendo 4,9 milhões de sacas em exportações diretas e 95,6 mil sacas exportadas.
Expectativas
A safra de café dos cooperados da Cooxupé em 2022 está estimada em 6,1 milhões de sacas, aumento de cerca de 9% ante a temporada de 2021, puxado pela bienalidade positiva, porém, por efeito da seca, o volume vai ficar menor do que o inicialmente esperado (perto da casa de 9 milhões de sacas). “A expectativa está um pouco menor em função da situação climática”, ressalta Melo.
Em relação aos investimentos, o presidente destaca que a Cooxupé investiu mais de R$ 104,7 milhões em infraestrutura ao longo de 2021 e que, no decorrer deste exercício, os valores aportados poderão ser até maiores. Dentre os investimentos realizados no ano que passou estiveram a abertura do Núcleo de São Pedro da União em novo espaço; a compra de um terreno para a expansão da filial da cooperativa de Campos Gerais; reformas e ampliações em Alfenas, Cabo Verde e Nova Resende; além da nova estrutura que passou a abrigar o laboratório de análise foliar e de solo, que fornece este tipo de serviço aos cafeicultores.
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