Economia

Lucro da Gerdau cai 55,9%, mas empresa ampliou investimentos no segundo trimestre

Um dos fatores para a queda na receita líquida e no lucro é a redução das vendas de aço, diante de um mercado enfraquecido e alta oferta
Lucro da Gerdau cai 55,9%, mas empresa ampliou investimentos no segundo trimestre
Crédito: Divulgação Gerdau

Ao longo do segundo trimestre de 2024, a Gerdau registrou lucro líquido de R$ 945 milhões. Assim, a siderúrgica amargou queda de 55,9% frente ao lucro registrado em igual trimestre de 2023. Com o resultado, nos primeiros seis meses do ano, o lucro caiu 51,7% e encerrou o período em R$ 2,1 bilhões. Apesar da queda na lucratividade, a Gerdau seguiu com os planos de investimentos, aportando R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre e superando em 15,5% o valor aplicado anteriormente. 

Conforme o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, os resultados da siderúrgica foram impactados pela alta oferta de aço no mercado mundial e pelo excesso de importações no mercado interno. Além disso, houve impactos na demanda, agravada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o que levou também à paralisação de duas usinas no estado. Durante o trimestre, houve ainda o fechamento da usina de Barão de Cocais, em Minas Gerais.

“A Gerdau mantém a entrega de resultados financeiros sólidos e uma estratégia de negócio transparente pautada por uma forte disciplina na gestão de custos e incremento contínuo da competitividade. O mercado de aço se manteve desafiador no segundo trimestre de 2024, ainda impactado pela entrada excessiva de aço importado no Brasil, o que refletiu no desempenho da companhia no período”, disse Werneck.

O CEO da Gerdau destacou que nos últimos 12 meses, a média de importação mensal de aço no Brasil foi de 396 mil toneladas, 66% acima da média histórica. “Esperamos que o mercado do aço, no segundo semestre, comece a refletir os efeitos das medidas de defesa comercial implementadas recentemente pelo governo brasileiro”, disse.   

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Conforme os dados divulgados pela Gerdau, durante o segundo trimestre de 2024, a siderúrgica registrou uma receita líquida de R$ 16,6 bilhões, queda de 9% frente a igual período de 2023. No acumulado do ano até junho, a receita líquida, R$ 32,8 bilhões, caiu 11,6%. 

Redução das vendas de aço

A queda na receita líquida e também no lucro tem como um dos fatores a redução das vendas de aço, diante de um mercado enfraquecido e alta oferta. Durante o segundo trimestre, as vendas físicas de aço da Gerdau atingiram 2,7 milhões de toneladas, resultando, assim, em uma retração de 7,58% frente a igual trimestre de 2023. No acumulado do ano, a siderúrgica somou 5,4 milhões de toneladas de aço vendido, queda de 8%.

Com as vendas menores, a produção também recuou. Conforme os dados da Gerdau, a produção de aço bruto totalizou 2,9 milhões de toneladas entre abril e junho, representando, portanto, uma queda de 5,6% frente a igual trimestre de 2023. No primeiro semestre, a produção chegou a 6 milhões de toneladas, apenas 1% a menos na comparação com o mesmo período do ano passado. 

Investimentos chegam a R$ 1,4 bilhão

Ao longo do segundo trimestre de 2024, a Gerdau investiu R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 716 milhões em manutenção e R$ 704 milhões em projetos de expansão e atualização tecnológica.

Do total investido entre abril e junho, R$ 187 milhões foram destinados para a ampliação de ativos florestais, atualização e aprimoramento de controles ambientais, incrementos tecnológicos que resultam em eficiência energética e redução de emissões de gases de efeito estufa.

Gerdau readequa operações no Brasil e espera reduzir base de custos em R$ 1,5 bi em 2025

Diante do mercado desafiador e altos volumes de aço importado ingressando no mercado, a Gerdau, durante o segundo trimestre, readequou as operações no Brasil com o objetivo de ganhar competitividade. Dentre as ações estão, por exemplo, a hibernação de unidades, como a de Barão de Cocais, na região Central do Estado.

“A gente tomou a decisão de hibernar a planta por ela ser mais antiga, e vimos que seria possível transferir essa capacidade para outras unidades mais competitivas. Uma parte muito relevante dessa decisão veio da entrada absurda de produtos importados no Brasil. Começamos a perder a capacidade de entregar o nosso produtos devido à competição desleal, e tivemos que tomar decisões”, explicou Werneck. 

Para reduzir os custos e tornar as unidades mais competitivas estão em implementação projetos de melhoria da eficiência, de otimização de custos de manutenção e materiais específicos, e maior alavancagem operacional nas unidades. Assim, a expectativa é iniciar 2025 com uma base de custos e de despesas R$ 1,5 bilhão menor.

“Durante o segundo trimestre de 2024, realizamos importantes movimentos de readequação de nossas operações no Brasil em busca de maior competitividade. Além dos impactos de redução de custos no médio prazo, essas iniciativas estão alinhadas à transformação da capacidade produtiva da companhia visando a modernização dos ativos e maior geração de valor aos nossos clientes”, diz o CFO da Gerdau, Rafael Japur.

Para o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, as mudanças implantadas devem refletir nos resultados dos próximos trimestres. “A Gerdau segue focada em uma estratégia de negócio pautada por uma forte disciplina na gestão de custos, incremento da competitividade e otimização de seus ativos. As iniciativas de adequação da estrutura da companhia frente ao cenário atual de negócios anunciadas no segundo trimestre terão reflexo nos resultados dos próximos períodos”, concluiu.

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