Lucro líquido da Copasa despenca 93%

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) registrou lucro líquido de R$ 16,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 93% em relação ao mesmo período do ano passado, quando apurou R$ 240,543 milhões. Segundo a empresa, o resultado foi impactado por provisões em decorrência das devoluções determinadas pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG), referente a um processo por cobrança indevida.
No fim de junho, a Arsae-MG estabeleceu que mais de 80% dos clientes da Copasa teriam redução de até 15% no valor das suas contas. Na média, as faturas tiveram redução de 1,52%. À época, a agência também extinguiu a tarifa de tratamento de esgoto e definiu um valor único para o serviço de coleta e tratamento. As medidas entraram em vigor em 1º de agosto.
A empresa também citou como causas do desempenho o crescimento no número de unidades consumidoras de água em 1,8% (5,5 milhões) e de esgoto em 3,6% (3,8 milhões); a queda de 1,3% no volume por economia de água e esgoto; a redução do número de dias de consumo e o Programa de Desligamento Voluntário Incentivado (PDVI), aprovado em junho. A expectativa dos gastos com indenizações e incentivos é de R$ 152,2 milhões, cujos valores foram integralmente provisionados em setembro de 2021.Segundo a empresa, os gastos com pessoal apresentaram elevação de 7,3% em relação ao terceiro trimestre de 2020.
Ainda conforme o balanço, a receita líquida de água, esgoto e resíduos sólidos cresceu 2,5%, chegando a R$ 1,307 bilhão no trimestre. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia ficou em R$ 237 milhões no último trimestre, redução de 54,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado ficou em R$ 471,898 milhões, uma queda de 10,2% em relação aos R$ 525,699 milhões aferidos em igual época um ano antes. Já a margem Ebitda recuou 21,5 pontos percentuais, para 17,5%.
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“O seu cálculo se deu pela adição ao Ebitda das despesas extraordinárias não recorrentes, sendo R$ 152,2 milhões referentes às provisões realizadas no âmbito do PDVI e R$ 82,6 milhões (contabilizados como Outras Despesas Operacionais) referentes aos provisionamentos realizados em função de devoluções determinadas pela Arsae-MG”, disse a empresa no balanço.
A dívida bruta da companhia atingiu R$ 3,99 bilhões em setembro de 2021. Assim, a dívida líquida passou de R$ 2,27 bilhões em setembro de 2020 para R$ 2,57 bilhões em setembro último. Já o índice de alavancagem, medido pela relação Dívida Líquida/Ebitda dos últimos 12 meses, atingiu, em setembro de 2021, 1,5 vez, ante 1,2 vez no terceiro trimestre de 2020.
Por fim, com relação à crise hídrica, a empresa salientou que o volume agregado dos reservatórios responsáveis por 47% do distribuído na Região Metropolitana de Belo Horizonte se encontra com aproximadamente 71% do seu total.
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