Economia

Lucro líquido da Energisa avança 351,7% e atinge R$ 518,7 mi no trimestre

Lucro líquido da Energisa avança 351,7% e atinge R$ 518,7 mi no trimestre
Crédito: Divulgação

São Paulo – A elétrica mineira Energisa registrou lucro líquido de R$ 518,7 milhões no primeiro trimestre, alta de 351,7% em relação a igual período do ano anterior, informou a empresa ontem.

Segundo comunicado da Energisa, o resultado foi impactado positivamente pelo registro contábil de R$ 440,5 milhões da marcação a mercado do bônus de subscrição atrelado à 7ª emissão da companhia.

No trimestre, os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da empresa foram de R$ 929 milhões, alta de 2,7% na comparação anual.

A Energisa destacou que teve um avanço de mercado acima da média do consumo nacional, mas que a pandemia de coronavírus alterou a tendência de crescimento a partir da segunda quinzena de março.

A companhia disse que as obras em andamento nas distribuidoras não sofreram impactos relevantes da crise. Destacou ainda uma busca por redução de 7% a 12% nas despesas gerenciáveis e a renegociação e alongamento de 80% dos empréstimos que venceriam em 2020.

Taesa– Outra empresa que anunciou o balanço financeira foi a Taesa. A transmissora de energia registrou lucro líquido de R$ 364,2 milhões no primeiro trimestre de 2020, avanço de 128,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

A empresa afirmou que o resultado foi impulsionado pelos maiores investimentos e pelo aumento dos índices de inflação, destacando o balanço como “sólido” em meio à crise causada pela pandemia de coronavírus.

“É importante destacar que… as 39 concessões da companhia possuem contratos de longo prazo com receitas fixas, reajustadas pela inflação e baseadas no desempenho e disponibilidade das linhas e subestações de transmissão”, disse a Taesa, acrescentando que a disponibilidade atingiu 99,98% no período.

Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da transmissora no primeiro trimestre foram de R$ 312,7 milhões, crescimento de 0,6% no ano a ano.

A empresa se disse “comprometida a investir no seu crescimento” mesmo com o cenário da pandemia, acrescentando que realizou aportes de R$ 331,5 milhões no trimestre, contra R$ 82,1 milhões investidos na companhia em igual período de 2019, e segue trabalhando para entregar sete empreendimentos em construção.

A Taesa informou ainda que encerrou o trimestre com uma posição de caixa de R$ 1,7 bilhão, queda de 30,8% na comparação com o quarto trimestre de 2019, após o pagamento das aquisições dos projetos de São João, São Pedro e Lagoa Nova.

A dívida líquida teve salto de 42% no trimestre, atingindo R$ 4,03 bilhões, o que deixa o índice dívida líquida/Ebitda em 3 vezes, ante 2,2 vezes ao final de 2019. (Reuters)

Socorro às elétricas deve somar R$ 12 bilhões

Rio e São Paulo – Uma operação em avaliação no governo para apoiar distribuidoras de energia devido aos impactos da pandemia de coronavírus sobre o setor deverá envolver empréstimos de até R$ 12 bilhões às elétricas, segundo as estimativas atuais, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

As concessionárias de distribuição têm pleiteado um pacote de ajuda estatal devido à forte queda do consumo e ao aumento da inadimplência dos consumidores, associados a medidas de isolamento adotadas no país para combater o vírus e à queda de renda da população.

Executivos de elétricas apontaram cálculos segundo os quais precisariam de entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões para enfrentar as turbulências causadas pelo vírus sem deixar de cumprir compromissos com outros elos da cadeia do segmento, como geradores e transmissoras.

O governo tem mantido conversas sobre os financiamentos ao setor com bancos incluindo os estatais BNDES, BB e Caixa, além de privados como Itaú e Bradesco, mas ainda não informou o valor previsto para as operações.

“O tamanho do cheque deve ficar em cerca de R$ 12 bilhões. Falou-se em mais, e em menos, mas tem que calibrar bem… tem que ser a dose certa”, disse uma das fontes, do setor bancário, que falou sob a condição de anonimato porque as conversas ocorrem sob sigilo.

“O teto é R$ 12 bilhões” e também deverá haver limitação sobre quanto desse valor poderá ser direcionado a cada empresa, disse uma segunda fonte, que também falou sob anonimato.

Os financiamentos deverão ser amortizados em cerca de 60 meses, com pagamentos até o final de 2025, segundo as fontes.

Procurado, o Ministério de Minas e Energia não respondeu de imediato a questões sobre as medidas em avaliação para o setor elétrico ou o valor estimado do empréstimo em negociação. O BNDES disse que não iria comentar.

Entre os principais investidores do setor de distribuição de energia do Brasil estão a chinesa State Grid, dona da CPFL, a italiana Enel e a espanhola Iberdrola, por meio da Neoenergia, além de empresas locais como Energisa e Equatorial e a estatal mineira Cemig.

O impacto estimado do Covid-19 sobre as concessionárias de distribuição do país desde 18 de março foi de R$ 4,6 bilhões, sendo R$ 3,5 bilhões devido ao aumento da inadimplência, segundo boletim da pasta de Energia publicado nesta semana. (Reuters)

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