Lucro líquido da Gerdau tem salto de 1.016% e bate recorde trimestral

A alta demanda por aço nos mercados interno e externo aliada à alta do dólar e ao bom desempenho da construção civil contribuíram para que o lucro líquido da Gerdau, no primeiro trimestre de 2021, crescesse 1.016%, na comparação com o mesmo período de 2020, somando R$ 2,471 bilhões. Frente ao quarto trimestre do ano anterior (R$ 1,057 bilhão), o avanço foi de 134%. Os investimentos feitos pela Gerdau somaram R$ 435 milhões no período.

A tendência, para o restante do ano, é de demanda aquecida, o que vai favorecer os resultados. Apesar da alta nos preços das matérias-primas, como o minério, a companhia vai trabalhar para manter a rentabilidade próxima à registrada nos primeiros três meses de 2021.

De acordo com os dados divulgados pela Gerdau, em coletiva realizada ontem, o lucro líquido no trimestre foi recorde trimestral histórico da companhia. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou em R$ 4,3 bilhões, recorde histórico.

No período, a receita líquida da companhia alcançou R$ 16,3 bilhões, um aumento de 77% sobre o mesmo período do ano anterior, com as vendas físicas de aço atingindo 3,1 milhões de toneladas, uma alta de 15%.

Segundo o vice-presidente executivo de finanças (CFO), Harley Scardoelli, a empresa apresentou um desempenho financeiro recorde no primeiro trimestre de 2021.

“Todas nossas operações tiveram ótimo desempenho nos três primeiros meses do ano. O resultado é devido ao forte crescimento da demanda por aço em todos os países onde temos operações. Também é resultado da cuidadosa alocação de capital que viemos fazendo nas nossas operações nos últimos anos. Os investimentos nos permitiram maior eficácia e agilidade para capturar toda a rentabilidade que o cenário atual oferece para o setor”.

Investimentos – Com o desempenho positivo, os aportes foram mantidos. A previsão, para 2021, é de investimentos da ordem de R$ 3,5 bilhões. No primeiro trimestre, os desembolsos somaram R$ 435 milhões. Do total, R$ 202 milhões foram para manutenção geral, R$ 50 milhões para manutenção da usina de Ouro Branco, em Minas Gerais, e R$ 183 milhões para expansão e atualização tecnológica.

Do valor total desembolsado no trimestre, 47% foram destinados para operação Brasil, 17% para operação Aços Especiais, 28% América do Norte, 4% para América do Sul e 4% para Gerdau Next.

Mercado – A demanda interna muito aquecida e as condições de vendas favoráveis tem feito com que Gerdau priorize o abastecimento interno. No primeiro trimestre, somente 4% da produção foi exportada, ante o índice de 15% registrado em igual período de 2020. A tendência é o patamar ao longo do ano. 

Com a forte demanda do mercado, puxada pelo bom desempenho da construção civil e da retomada da indústria automotiva, as expectativas para os próximos meses são positivas.

Preços – Ao ser questionado sobre os preços praticados pela empresa no mercado, o presidente da empresa, Gustavo Werneck, explicou, que apesar de não gostar de comentar sobre os preços praticados, a Gerdau vai continuar focada em manter os mesmos níveis de rentabilidade alcançados no primeiro trimestre, mesmo com o aumento dos custos com as matérias-primas. 

“Vamos seguir procurando patamares de rentabilidade semelhantes ao do primeiro trimestre. Há uma forte pressão do custo da matéria-prima, como no caso do minério de ferro. Mas, a companhia vai seguir em busca de alternativas para manter a rentabilidade, mesmo com o aumento dos preços”.