Economia

Lucro líquido da Petrobras atinge R$ 42,8 bilhões

Lucro líquido da Petrobras atinge R$ 42,8 bilhões
Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker

Rio – A Petrobras teve lucro líquido de R$ 42,855 bilhões no segundo trimestre, ante perda de R$ 2,7 bilhões no mesmo período do ano passado, informou a companhia ontem, diante de um forte avanço dos preços do petróleo e de alta nas vendas de combustíveis.

O valor superou com folga estimativa de analistas feita pela Refinitiv, que havia previsto lucro líquido de R$ 30,7 bilhões.

O petróleo Brent teve média de US$ 68,83 por barril no segundo trimestre, alta de 135,7% ante o mesmo período do ano passado, quando o mundo sentia efeitos mais fortes da pandemia, apontou a Petrobras.

O avanço dos preços ocorreu ainda enquanto as exportações de petróleo subiram 8% na comparação com um ano antes, para 743 mil barris por dia, em meio a uma menor carga nas refinarias devido a manutenções neste trimestre.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


As vendas de derivados do petróleo no mercado interno também cresceram, somando 1,759 milhão de barris por dia no segundo trimestre, alta de 17,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Com a alta nos preços, a receita líquida atingiu R$ 110,710 bilhões no segundo trimestre, alta de 117,5% em relação ao mesmo período de 2020.

No primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido havia sido de R$ 1,167 bilhão. O avanço na comparação trimestral refletiu maiores margens de derivados, maiores volumes de vendas de óleo e derivados no mercado interno e de exportações, ganhos cambiais devido à valorização do real frente ao dólar.

O lucro também teve a contribuição de reversão de baixa contábil de R$ 1,6 bilhão com destaque para a BR Distribuidora, refletindo a precificação da oferta pública de ações.

Excluindo efeitos não recorrentes, o lucro líquido da empresa teria sido de R$ 40,7 bilhões.

“Continuamos trabalhando duro, amparados em decisões absolutamente técnicas; evoluindo e tornando-nos mais fortes para melhor investir, suprir um mercado cada vez mais exigente e gerar prosperidade para nossos acionistas e para a sociedade”, disse no relatório o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou R$ 61,938 bilhões entre abril e junho, alta de 148% na comparação anual.

Diante dos resultados, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a antecipação do pagamento de remuneração ao acionista referente ao exercício de 2021 no montante de R$ 31,6 bilhões, com a União garantindo mais de R$ 15 bilhões no ano.

A empresa ponderou no relatório financeiro que 2021 “ainda é um ano de transição, em que a Petrobras ainda dedica grande parte de sua geração de caixa ao pré-pagamento da dívida, com o objetivo de atingir a dívida bruta de US$ 60 bilhões “.

No segundo trimestre, a empresa reduziu em US$ 27,5 bilhões a dívida bruta na comparação anual, alcançando US$ 63,7 bilhões ao final do período. (Reuters)

Estatal vai antecipar os dividendos de 2021

Rio – A Petrobras informou ontem que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de duas antecipações da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021, no valor total de R$ 31,6 bilhões.

Em fato relevante, a companhia disse que a distribuição extraordinária considera as perspectivas de resultado e geração de caixa para o ano, sendo compatível com a sustentabilidade financeira da empresa, “sem comprometer a trajetória de redução de seu endividamento e sua liquidez”.

A primeira parcela será no valor de R$ 21 bilhões. “Para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3 o pagamento será realizado no dia 25 de agosto de 2021. Os detentores de ADRs receberão o pagamento a partir de 01 de setembro de 2021”, disse a empresa.

Já a segunda parcela, de R$ 10,6 bilhões, será paga para detentores de ações da companhia na B3 em 1 de dezembro de 2021. Para os detentores de ADRs será no dia 3 de dezembro.

União A Petrobras disse à Reuters que pagará dividendos ao seu acionista controlador, a União, da ordem de R$ 11,6 bilhões nos meses de agosto e dezembro.

Somadas as parcelas de dividendos destinadas à União –as já pagas e as que ainda serão pagas até o fim do ano – o montante é de R$ 15,4 bilhões, segundo nota da empresa.

Este valor é equivalente, por exemplo, ao custeio de aproximadamente um mês e meio do Benefício Emergencial em 2021 (cerca de R$ 9 bilhões por mês), ressaltou a Petrobras.

“Desta forma, a Petrobras compartilha os ganhos financeiros do semestre com os acionistas e, consequentemente, com a sociedade brasileira”, ressaltou a companhia.

A divulgação dos valores pagos em dividendos à União ocorre em momento em que o presidente Jair Bolsonaro fala que a Petrobras teria um fundo de R$ 3 bilhões para financiar a criação do vale-gás, em que um botijão seria dado a cada dois meses a famílias participantes do Bolsa Família.

A empresa negou no fim de semana que haja decisão sobre montantes em eventuais programas.

Além do pagamento de dividendos à União, a Petrobras também publicou comunicado separado dizendo que contribui para a sociedade com o pagamento de tributos e participações governamentais.

A companhia, uma das maiores pagadoras de tributos do País, recolheu entre janeiro e junho R$ 76,7 bilhões aos cofres públicos. (Reuters)

Estudo indica petróleo na margem equatorial do País

Rio – Pesquisas relacionadas às bacias sedimentares da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão/Barreirinhas e Potiguar, situadas na margem equatorial brasileira, divulgadas, ontem, em seminário virtual, mostram semelhanças com descobertas feitas no Golfo da Guiné, na África, e na Guiana/Suriname, indicando grande potencial exploratório. Os estudos foram realizados pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) a partir de dados disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

As pesquisas resultam de parceria da ANP com universidades brasileiras e estrangeiras, que possuem acesso gratuito a informações públicas e sem restrições de confidencialidade do setor, armazenados no Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da agência. Em contrapartida, as instituições compartilham os trabalhos acadêmicos realizados com base nas informações acessadas.

O diretor substituto da ANP, Raphael Moura, afirmou que faz parte do planejamento estratégico do órgão promover a expansão sustentável da margem equatorial do Brasil, visando propiciar desenvolvimento econômico, geração de empregos e distribuição de renda, oriundos da atividade petrolífera.

Ele avaliou que o seminário é importante para reforçar e divulgar o potencial petrolífero da margem equatorial. “A margem equatorial brasileira é estratégica porque nós temos ali alto potencial para a descoberta de óleo leve, que tem um valor comercial maior, além de uma localização geopolítica estratégica, próxima dos maiores mercados consumidores do mundo e em uma região cujo índice de desenvolvimento humano. em relação à média brasileira, é menor” explicou.

Interesse estratégico Para Raphael Moura, a probabilidade de ampliar a atividade industrial nessa região é de interesse estratégico do País. Observou que a margem equatorial, do lado do Brasil, fica no mesmo contexto geológico da Guiana e do Suriname. Em função das descobertas na margem equatorial do lado desses países, o diretor afirmou que há grande interesse e urgência por parte da ANP de conhecer o potencial do lado brasileiro.

“Ainda ressaltam esse senso de interesse e urgência os processos de transição energética, o maior grau de seletividade de investidores e de empresas petrolíferas em relação à seleção do portfólio e projetos, e a necessidade de sincronizarmos também os projetos que envolvem a produção e exploração do petróleo com as iniciativas que visam a neutralização do carbono”, afirmou.

Ele lembrou que a margem equatorial do Brasil representou o principal foco da 11ª rodada de leilões, realizada pela ANP em 2013, quando foram disponibilizados diversos blocos desde o Amazonas até a bacia potiguar.

O objetivo dessa rodada foi replicar o modelo de acumulação recém descoberto na costa oeste africana, que culminou na descoberta de inúmeros campos petrolíferos, dos quais o mais notável foi Jubilee, em Gana. Os depósitos petrolíferos encontrados em águas profundas e ultraprofundas no continente africano são esperados em toda a margem equatorial brasileira, que tem evolução geológica análoga à margem oeste da África, disse.

O campo de Jubilee foi descoberto em 2007 e começou a produzir em 2010. As reservas provadas de Jubilee alcançam 3 bilhões de barris de petróleo. Moura disse que o Brasil ainda não conseguiu comprovar o modelo buscado à época da realização da rodada, em 2013.

Disponibilidade – Moura indicou que toda a margem equatorial brasileira está disponível para exploração, mas há apenas três poços perfurados em lâmina d’água acima de 2 mil metros. As três bacias objeto dos estudos da Universidade Estadual do Norte Fluminense mostram indícios de óleo e gás natural. (ABr)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas