Lucro líquido da Usiminas diminui 57%

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) apurou lucro líquido de R$ 544 milhões no primeiro trimestre de 2023, montante 57% inferior aos R$ 1,263 bilhão alcançados no mesmo período de 2022. A companhia associou o resultado à forte base de comparação e destacou a reversão do prejuízo de R$ 839 milhões registrado no acumulado dos últimos três meses do ano que passou, bem como as maiores vendas no mercado interno no início deste exercício.
Da mesma maneira, a receita líquida somou R$ 7,255 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um recuo de 8% na comparação com igual etapa de 2022 (R$ 7,845 bilhões) e de 5% sobre os últimos três meses do ano passado (R$ 7,660 bilhões).
O Ebitda (lucro antes dos impostos, juros e amortizações) ajustado totalizou R$ 783 milhões, recuo de 50% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, mas 35,2% a mais do que o registrado no último trimestre do mesmo ano (R$ 579 milhões). Já a margem Ebitda ajustada atingiu 11% entre janeiro e março, contra 19,9% um ano antes e 7,6% no quarto trimestre de 2022.
“O mercado siderúrgico é muito cíclico e no primeiro trimestre de 2022 o setor ainda surfava nos reflexos de 2021, que foi um ano recorde para a atividade. Mas este cenário ficou no passado, especialmente no que se refere aos preços”, explica o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Usiminas, Thiago Rodrigues.
Segundo o executivo, mesmo com um cenário desafiador, a empresa alcançou resultados relevantes e acima dos projetados por analistas não apenas no que se refere a resultados, mas também na geração de caixa. Neste sentido, o caixa da companhia atingiu R$ 5,8 bilhões no fim do trimestre. “Esses resultados indicam a posição sólida da Usiminas no momento”, diz.
Resultados das unidades de negócios da Usiminas
Apenas no que se refere ao braço de siderurgia, a produção de aço bruto na Usina de Ipatinga, no Vale do Aço, foi de 717 mil toneladas no primeiro trimestre, 5,9% a mais que as 677 mil toneladas da mesma época do ano passado e 10,3% superior das 650 mil toneladas do trimestre anterior. Já a produção de laminados nas usinas de Ipatinga e de Cubatão (SP) totalizou 971 mil toneladas, de janeiro a março, redução sobre as mais de 1 milhão de toneladas de ambos os períodos.
As vendas totalizaram 1 milhão de toneladas, novamente abaixo das 1,135 milhão de toneladas do primeiro trimestre de 2022 e superior às 963 mil toneladas do fim do exercício. Do total comercializado, 90% ou o equivalente a 934 mil toneladas foram destinadas para o mercado interno e 10% (101 mil toneladas) foram destinados às exportações.
Com isso, a receita líquida da siderurgia foi de R$ 6,390 bilhões, o Ebitda ajustado de R$ 438 milhões e a margem ficou em 6,9%.
Na mineração, a produção de janeiro a março foi de 1,8 milhão de toneladas, a receita líquida chegou a R$ 784 milhões, o Ebitda ajustado de R$ 254 milhões e a margem ficou em 32,4%.
A Soluções Usiminas, unidade de transformação do aço, vendeu 296 mil toneladas e a receita líquida chegou a R$ 2,1 bilhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 65 milhões e a margem de 3,1%.
Parada do alto-forno 3 da Usiminas está prevista para os próximos dias
Vale dizer que a Usiminas investiu R$ 580 milhões nos três primeiros meses de 2023. Deste total, segundo o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da companhia, Thiago Rodrigues, R$ 204 milhões foram destinados à reforma do alto-forno 3 da usina de Ipatinga, cuja tão aguardada parada para conclusão dos trabalhos ocorrerá nos próximos dias.
Sob investimentos totais de R$ 2,7 bilhões, a reforma vai garantir a competitividade e melhorias nas questões relacionadas ao meio ambiente da unidade fabril da Usiminas.
Planejada há quatro anos, as intervenções já estão em andamento e até 2021 já haviam recebido R$ 619 milhões e, em 2022, outros R$ 650 milhões. Os valores foram destinados à compra de equipamentos e placas de aço para abastecer a operação no período em que o alto-forno estiver parado. Para este ano estão previstos R$ 1,2 bilhão e o restante (R$ 230 milhões) será aportado em 2024.
“Estamos a poucos dias da parada e até aqui conseguimos cumprir todo o cronograma original, não tivemos nenhum imprevisto na etapa de preparação. Dos 8 mil trabalhadores que teremos no pico das obras em junho, pelo menos 6 mil já circulam pela planta. Além disso, entre 2021 e 2022 foram destinados cerca de R$ 540 milhões em compras de materiais nos municípios da região e mais de R$ 100 milhões foram destinados aos serviços de apoio às obras”, conclui.
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