Lucro sobe 821% e Usiminas prevê resultado histórico

O lucro líquido da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) no terceiro trimestre de 2021 chegou a R$ 1,824 bilhão, aumento de 821% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 2,886 bilhões, um avanço de 249% frente ao acumulado de julho a setembro de 2020. Já a receita líquida ficou em R$ 9,026 bilhões, um aumento de 106% na mesma base de comparação.

Os números constam do balanço trimestral da companhia e de acordo com o presidente da siderúrgica, Sergio Leite, no acumulado do ano, já apontam para um desempenho histórico em 2021. “Este pode ser o melhor resultado anual da Usiminas no século. Temos trabalhado para isso, construído esse movimento ao longo dos últimos meses e a cada trimestre alcançamos um novo recorde. Neste, no braço da siderurgia, excluindo os efeitos não recorrentes, tivemos o melhor resultado trimestral do século”, revela.

Para além do empenho da empresa, o desempenho, na avaliação do executivo, tem sido possível também por outros três fatores, como a equipe motivada e capacitada de todo o grupo, o próprio crescimento econômico do País e o boom das commodities no mercado internacional. “Esses quatro fatores são responsáveis pelos bons resultados, que poderão nos levar ao melhor ano do século para a empresa“, completa.

Na comparação com o segundo trimestre de 2021, quando o lucro líquido havia sido de R$ 4,543 bilhões, houve uma queda de 60%, afetado principalmente pela variação cambial negativa e baixa dos ativos no terceiro trimestre, contra o reconhecimento de créditos fiscais e ganhos cambiais líquidos no segundo trimestre.

Assim, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado também caiu: -43%. Já a receita líquida do terceiro trimestre avançou em 6% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Para o último trimestre do exercício, a expectativa é de estabilidade na demanda e nos preços do aço no mercado interno. Conforme Leite, deverá haver algum impacto sazonal, em função dos recessos de fim de ano, bem como pela desaceleração da indústria automotiva. Mas nada que venha a preocupar.

Negócios

Em termos de produção, destaca-se que na usina de Ipatinga (Vale do Aço), a produção de aço bruto atingiu 924 mil toneladas no terceiro trimestre e a produção de laminados nas usinas de Ipatinga e Cubatão totalizou 1,2 milhão de toneladas. Ainda com relação à unidade de siderurgia, as vendas totais somaram 1,2 milhão de toneladas de aço.

Já na Mineração Usiminas, o volume de produção foi de 2,5 milhões de toneladas, recorde para a unidade, com alta de 16% quando comparado ao trimestre anterior (2,2 milhões de toneladas) devido, principalmente, à retomada operacional da Mina Leste no final do segundo trimestre. As vendas também registraram alta, passando das 2,1 milhões de toneladas do segundo trimestre para 2,4 milhões de toneladas no terceiro trimestre do ano.

Na Soluções Usiminas, empresa que atua no mercado de distribuição de aço, serviços, fabricação e venda de tubos de pequeno diâmetro, a receita líquida no terceiro trimestre ficou em R$ 2,4 bilhões.

Por fim, a companhia informou que as obras para reparo do Cone Grande do Alto-Forno 2 da Usina de Ipatinga foram iniciadas, com expectativa de conclusão em abril de 2022, sob investimentos de R$ 35 milhões. No fim de setembro, a Usiminas havia comunicado a ocorrência de um acidente na estrutura, paralisando a produção no equipamento, que tem capacidade de produzir 55 mil toneladas de ferro-gusa por mês ou cerca de 600 mil toneladas por ano.