Lula diz que governo financiará áreas de produção de arroz em outros estados

Curitiba – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (21) que o governo federal vai financiar áreas em estados brasileiros que produzem arroz para o país não ficar dependente “apenas de uma região”, em referência ao prejuízo registrado pelo Rio Grande do Sul depois das fortes enchentes.
“Vamos inclusive financiar áreas de outros estados produtivos de arroz para não ficar dependendo apenas de uma região. Vamos financiar, vamos oferecer o direito de plantar e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo”, disse ele, durante entrevista à Rádio Meio FM, em Teresina.
Ao falar sobre o leilão de importação de arroz, Lula disse que ele acabou frustrado por conta de uma “falcatrua de uma empresa” e voltou a defender medidas para baixar o preço do produto.
“Eu tomei uma atitude drástica dias atrás, que foi o seguinte: o cara me mostrou lá no celular dele um pacote de arroz de cinco quilos a 36 reais. Outro me mostrou um pacote a R$ 33. Não é possível. O povo não pode pagar isso, está caro. Aí tomei a decisão de importar 1 milhão de tonelada. E depois tivemos a anulação do leilão porque houve uma falcatrua numa empresa”, afirmou o presidente.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“Mas por que eu vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20, um pacote de cinco quilos. Não dá para ser um preço exorbitante”, defendeu ele.
Lula diz que vai sancionar projeto que libera cassinos e jogos de azar
O presidente também afirmou que deve sancionar o projeto de lei que propõe a legalização de cassinos e jogos de azar, como bingo e jogo do bicho, no Brasil. Para Lula, entretanto, não é isso “que vai salvar o país” em termos de receitas e geração de empregos.
Em entrevista à Rádio Meio Norte, em Teresina, no Piauí, o presidente disse que, se o texto for aprovado no Congresso, com acordo entre os partidos políticos, “não tem porque não sancionar”. Lula cumpre agenda de trabalho hoje na capital piauiense.
Na última quarta-feira (19), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, por 14 a 12 votos, relatório sobre o Projeto de Lei 2.234/2022, que veio da Câmara dos Deputados, onde foi aprovado, e tramita no Senado desde 2022. O tema agora deve ser remetido ao plenário da Casa.
A proposta prevê a permissão para a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão (com pelo menos 100 quartos), restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais. O texto propõe ainda a possível emissão de uma licença para um cassino em cada estado e no Distrito Federal. Alguns estados teriam exceção, como São Paulo, que poderia ter até três cassinos, e Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, com até dois cada um, sob a justificativa do tamanho da população ou do território.
A exploração de jogos de azar no Brasil é proibida desde 1946. Parlamentares contrários ao projeto argumentam sobre o aumento do vício em jogos e a criação de um ambiente favorável à prostituição, ao consumo de drogas e máfia.
O presidente Lula disse que não joga, não é favorável a jogos, mas também não acha que é um crime.
“Houve um tempo em que esse discurso sobre jogos de azar tinha alguma verdade. De todos os jogos que acontecem, eu sempre achei que o jogo do bicho era o jogo que mais distribuía a dinheiro, porque o cara ganha R$ 50, R$ 40, R$ 30. Isso é considerado contravenção, é proibido. Jogar baralho, jogar poker, apostar dinheiro é proibido, fazer cassino é proibido. Mas é jogatina que você tem hoje na televisão, no esporte? Criança com celular na mão, fazendo aposta o dia inteiro. Quem é que segura isso?”, questionou.
“Eu não acredito no discurso de que ‘se tiver cassino o pobre vai gastar tudo que tem’. O pobre não vai no cassino, o pobre vai trabalhar no cassino, ele pode até ver a sua cidade se desenvolver, mas ele não vai porque o cassino é uma coisa pra gente que tem dinheiro”, acrescentou o presidente.
Já quem é a favor do projeto argumenta sobre os ganhos econômicos, geração de emprego e o desenvolvimento turístico das regiões com a presença dos cassinos, além do aumento da arrecadação de impostos para o governo. Apesar de concordar com esses benefícios, para Lula, “não é isso que vai resolver o problema do Brasil”.
“Essa promessa fácil de que vai gerar dois milhões de empregos, de que vai desenvolver não é verdade também. O meu jogo é fazer a economia brasileira voltar a crescer, o meu jogo é fazer muito investimento no ensino profissional, técnico, nas universidades e no ensino fundamental. Meu jogo é fortalecer a escola de tempo integral do Brasil inteiro, é gerar emprego, aumentar salário, distribuir renda porque é isso que deixa o povo feliz. É esse jogo que o povo tem que apostar e é esse jogo que o povo vai ganhar”, ressaltou.
(Catarina Scortecci e Agência Brasil)
Ouça a rádio de Minas