Economia

Maior parte da indústria de Minas Gerais deve investir em 2024

Levantamento da Fiemg mostra que os empresários visam especialmente o aumento ou a melhoria do processo produtivo
Maior parte da indústria de Minas Gerais deve investir em 2024
Crédito: Brasil 61/Freepik

A maior parte das indústrias mineiras pretende investir neste ano, é o que mostra a “Sondagem Especial: Investimentos na Indústria de Minas Gerais 2023-2024’’, divulgada nesta quarta-feira (29) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O total chega a 72%, com foco, principalmente, na melhoria do processo produtivo.

Com esses investimentos, os empresários visam especialmente o aumento ou a melhoria do processo produtivo atual (49%). Neste ano, o interesse no mercado doméstico continua maior, mas o desejo de investir no mercado externo também cresceu, passando de 4% em 2023 para 8% em 2024, observa a economista da Fiemg, Daniela Muniz.

Em 2023, sete em cada dez indústrias mineiras realizaram investimentos, segundo o levantamento. Apesar da queda de três pontos percentuais (p.p.) em relação ao verificado em 2022 (75%), o resultado surpreendeu positivamente frente às perspectivas computadas na pesquisa anterior, na qual 57% dos empresários afirmaram possuir planos de investimento para 2023.

“A realidade no fim de 2023 acabou sendo melhor que a expectativa no início deste ano, graças aos resultados macroeconômicos positivos ao longo do ano”, observa a economista.

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Em torno de 43% das indústrias do Estado que tinham investimentos planejados para 2023 concretizaram tais projeções, enquanto 12% delas adiaram ou cancelaram esses planos. Nesse período, a compra de máquinas e equipamentos foi o investimento mais recorrente.

De acordo com a pesquisa da Fiemg, essa diferença reflete a evolução favorável do ambiente macroeconômico ao longo do ano. Com as eleições presidenciais no fim de 2022, as incertezas com relação à condução da política econômica e ao cumprimento das metas fiscais pelo novo governo deixaram os empresários mais cautelosos quanto aos planos de investimento.

No entanto, Daniela Muniz ressalta que fatores como a desaceleração da inflação, a resiliência do mercado de trabalho, o avanço do consumo, a desobstrução das cadeias globais de valor e o início do processo de flexibilização monetária contribuíram para a evolução das perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – que passou de 0,79% em janeiro para 2,92% em dezembro de 2023 –, influenciando de maneira positiva as expectativas dos empresários.

Fonte de recursos

O uso de recursos próprios (da empresa ou dos sócios) continuou sendo a principal fonte de financiamento dos investimentos realizados pelas indústrias do Estado. A participação dessa fonte no total de recursos empregados alcançou 80% em 2023 – o maior valor da série histórica, iniciada em 2010.

O percentual representa, ainda, um crescimento de sete pontos percentuais ante 2022 (73%). Concomitantemente a esse avanço, a participação dos bancos comerciais privados no total das fontes de financiamento caiu oito pontos percentuais entre 2022 (14%) e 2023 (6%), assim como a das instituições financeiras oficiais de desenvolvimento e comerciais públicas, de quatro p.p. e de um p.p., respectivamente.

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