Economia

Maioria dos empresários do comércio de Belo Horizonte pretende contratar

Expectativa de contratação continua alta em todos os portes de estabelecimentos comerciais da Capital
Maioria dos empresários do comércio de Belo Horizonte pretende contratar
Foto: Alessandro Carvalho / Arquivo Diário do Comércio

A intenção dos empresários do comércio de Belo Horizonte em expandir as contratações se manteve acima de 70% em janeiro. Com isso, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) permanece em nível de satisfação, aos 107,1 pontos, apesar de ter sofrido, no primeiro mês de 2025, redução de 2,4 pontos em relação a dezembro de 2024.

Os dois grupos de empresários entrevistados na pesquisa indicam índice de confiança positivo, acima dos 100 pontos. Empresas do comércio da Capital com mais de 50 empregados são as mais confiantes, aos 107,3 pontos enquanto aquelas com menos de 50 empregados registram pontuação de 101,2 pontos no ICEC de janeiro.

Com isso, a expectativa de contratação por parte dos empresários do comércio de Belo Horizonte continua alta em todos os portes de estabelecimentos comerciais sendo que, entre aqueles com até 50 funcionários é de 74,2% e para os com mais de 50 empregados a expectativa de contratação sobe para 77,3%.

Os dados são da pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio, analisada pelo Núcleo de Pesquisa & Inteligência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).

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Segundo a economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins, mesmo se mantendo em nível de satisfação, a queda no índice de confiança dos empresários do comércio está ligada diretamente à percepção do cenário atual do setor e da economia.

“As condições do comércio de BH ainda são satisfatórias para boa parte dos empresários do setor. Entretanto, alguns fatores vêm fazendo com que esta percepção perca força no primeiro mês de 2025. Dentre os principais fatores, destaca-se o aumento significativo da taxa básica de juros da economia brasileira, o que encarece o crédito e, consequentemente, reduz o poder de compra das famílias, afetando principalmente o comércio de bens duráveis e semiduráveis”, explica.

Ainda de acordo com a economista, uma taxa de juros mais alta, influenciada pela taxa Selic, representa para o comércio que a maior parte da renda das famílias está ocupada com subsistência, ou seja, com alimentação. “Neste caso, o comércio, infelizmente, pode enfrentar uma queda em sua movimentação”, avalia. 

O levantamento também aponta que o segmento de bens semiduráveis ostenta maior índice de confiança com 119,1 pontos, seguido pelo segmento de não duráveis com 107,1 pontos e os bens duráveis, um pouco abaixo do nível de confiança, com 95 pontos.

Empresários do comércio de Belo Horizonte avaliam cenário econômico e as empresas

No mês de janeiro, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) atingiu 80,7 pontos sendo 0,3 ponto superior ao verificado em dezembro. Para a maioria dos empresários, a economia piorou.

Veja as avaliações de 72,4% dos empresários sobre a economia:

  • piorou muito (36,4%)
  • piorou pouco (35,9%)
  • melhorou (27,6%)

As condições atuais do comércio pioraram na visão de 59,4% dos empresários. Em janeiro houve uma redução de 2 pontos na percepção de piora do setor em relação a dezembro. Os comerciantes de bens duráveis tiveram a maior percepção de piora do setor.

Sobre as condições atuais da empresa, o mês de janeiro registrou aumento da percepção de piora de 1,5 ponto acima de dezembro. A percepção negativa sobre a empresa atinge percentual maior entre aquelas com menos de 50 empregados, de 48,2%. A mesma percepção foi indicada por 42,5% dos empresários com mais de 50 colaboradores.

O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) fechou a 130,1 pontos em janeiro, em nível de confiança entre todos os portes de estabelecimentos comerciais e segmentos de bens, mas ficou 6,4 pontos abaixo do registrado em dezembro. A expectativa para a economia brasileira atingiu 115,1 pontos entre os empresários do comércio de Belo Horizonte.

A expectativa para o comércio registrou 131,4 pontos e a expectativa para as empresas comerciais foi a que atingiu o maior índice de confiança com 143,7 pontos. 

As empresas que comercializam semiduráveis se destacam com a maior expectativa no comércio, 149,3 pontos e maior expectativa quanto ao desempenho das empresas comerciais, 155,8 pontos.

“Ainda tem algumas coisas que são boas, como o mercado de trabalho muito aquecido. Então, dessa forma, as famílias também estão tendo mais renda disponível. Apesar de parte dessa renda estar indo muito para a alimentação, a inflação está comprometendo muito e o endividamento também, mas o mercado de trabalho aquecido permite que as famílias tenham um pouco mais de fôlego, e aí o comércio de BH também pode se beneficiar”, analisa Gabriela Martins.

O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (ILIEC) de janeiro foi a 110,6 pontos, um pouco abaixo dos 111,7 de dezembro. O nível de investimentos está maior para 50,6% das empresas em janeiro sendo que a intenção de investir é mais expressiva entre as de maior porte, atingindo 53,2% delas. O nível de estoques está adequado em 63,1% das empresas de comércio de Belo Horizonte, sendo que em 17,3% delas há excesso de produtos e em 18,3% faltam itens. 

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