Economia

Manoel Bernardes prevê crescimento de 7%

Manoel Bernardes prevê crescimento de 7%
Já enfrentamos outras crises e aprendemos que para resistir é preciso ter estratégias de longo prazo, diz Bernardes - Elias Gomes

Os dias difíceis impostos pela crise econômica e a insegurança política vividas pelo Brasil em 2018 também alcançaram o setor de luxo. Apesar disso, a rede de joalherias mineira Manoel Bernardes segue um plano que valoriza a originalidade das peças produzidas em Minas Gerais e mantém o ritmo de crescimento controlado, sem a intenção de expandir o número de lojas e apostando na vertical de venda de gemas lapidadas para o exterior. Segundo o presidente da empresa, Manoel Bernardes, o faturamento total da empresa deve crescer 7% este ano na comparação com 2017.

“Já enfrentamos outras crises tão graves quanto essa e aprendemos que para resistir é preciso ter estratégias de longo prazo. Nós apostamos em coleções identitárias, que valorizam o design, os profissionais e as pedras brasileiras. O Brasil tem um grande tradição em lapidação e somos grandes produtores de gemas. Algumas que só existem aqui, como o topázio imperial e a turmalina paraíba são muito procuradas no exterior. Então escolhemos trabalhar com um nicho muito específico, com pedras de altíssima qualidade voltadas para o mercado externo”, explica Bernardes.

Toda a lapidação é feita em um ateliê em Belo Horizonte, onde está sediada a empresa, em tiragens muito pequenas. Os principais mercados externos da marca são os Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Ásia, especialmente a China. Para se manter próximo desses clientes, o empresário viaja o mundo. Hoje, são mais de 400 clientes fora do Brasil entre indústrias e joalheiros especializados.

A viagem mais importante é para a Hong Kong Jewellery & Gem Fair, que acontece duas vezes por ano e é considerada a mais importante feira de pedras preciosas e joias do mundo. A última edição aconteceu entre os dias 12 e 16 de setembro. São mais de 4 mil expositores de toda a cadeia produtiva. Entre eles são 40 brasileiros. A Manoel Bernardes frequenta o evento desde 1989.

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“A gema lapidada está na nossa essência. Foi assim que meu pai começou em 1946. Toda a nossa estratégia e a identidade das nossas joias estão baseadas nela. Hong Kong se tornou um hub mundial das gemas pelas facilidades de acesso e tributárias que oferece. A feira é grande momento e é impensável não participarmos. A feira reúne os principais produtores de todos os segmentos da cadeia e é uma oportunidade de fazer novos clientes e parceiros no mundo todo. É tão grande que acontece simultaneamente em dois centros de convenções da cidade. O Brasil em uma participação muito interessante na área de gemas”, pontua o empresário.

Minas Gerais – Atualmente a marca Manoel Bernardes tem cinco lojas próprias em Belo Horizonte e outras cinco franquias da marca Pandora (quatro em Belo Horizonte e uma em Uberlândia, no Triângulo). Apesar das constantes consultas, não está nos planos da empresa novas unidades. Para alcançar os clientes de outras cidades e estados a aposta é no e-commerce, iniciado em 2016.

“Essa é uma decisão estratégica. Chegamos a ter 12 lojas, mas em 2003 fizemos nosso trading up e reposicionamos a marca. Reduzimos o número de lojas e resolvemos não avançar sobre outros mercados, tudo para manter a qualidade. Por isso também não aderimos ao modelo de franquia. Seria muito difícil monitorar e garantir a qualidade de longe.

Do outro lado apostamos na internet. Apesar do volume de vendas ainda ser baixo nesse canal, ela é decisiva na comunicação e tem um efeito poderoso no posicionamento da marca. Muita gente também usa o site para escolher a peça e efetua a compra na loja”, afirma.

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