Economia

Mão de obra eleva custo da construção civil em Minas Gerais em janeiro

Em janeiro, preço total por metro quadrado atingiu R$ 1.712,21, sendo R$ 984,14 referentes aos materiais e R$ 728,07, à mão de obra
Mão de obra eleva custo da construção civil em Minas Gerais em janeiro
Custo da mão de obra na construção civil apresentou alta de 7,07% em Minas Gerais | Crédito: Diário do Comércio / Arquivo / Alessandro Carvalho

Impulsionado pelo aumento nos preços da mão de obra, o custo da construção civil em Minas Gerais registrou avanço de 1,6% em janeiro. No período, o preço total por metro quadrado atingiu R$ 1.712,21, sendo R$ 984,14 referentes aos materiais e R$ 728,07 à mão de obra, conforme aponta o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa Econômica Federal.

Na comparação com dezembro, o indicador apresentou aumento de 7,07% no custo da mão de obra, enquanto o valor do material caiu de R$ 1.005 para R$ 984,14 – uma queda de 2,10%. A alta, segundo o coordenador da pesquisa do IBGE em Minas, Venâncio da Mata, pode ser explicada pela realização de reajustes salariais aos trabalhadores a partir de convenção coletiva homologada no início deste ano.

Já o preço dos insumos, apesar de apresentarem leve queda, é motivo de alerta em decorrência do cenário inflacionário e da elevada variação cambial. “O Sinapi é impactado pela alta nos juros, já que os preços estão relacionados ao dólar. Curiosamente, tivemos uma queda do componente material, mas ainda não é possível cravar se é resultante do recuo do dólar no início deste ano”, pontua.

No Brasil, o avanço observado foi de 0,51% em janeiro e 4,31% no acumulado anual. Apesar do maior crescimento, Minas Gerais segue com preços abaixo da média nacional, que no último mês somou R$ 1.799,82, sendo R$ 1.036,80 relativos aos materiais e R$ 763,02 à mão de obra.

Equilíbrio entre desafios e oportunidades resgata otimismo de crescimento em 2025

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Raphael Lafetá, a disponibilidade da mão de obra ainda segue como um dos principais desafios do setor no País, mas o cenário é otimista. Em 2024, o setor encerrou o ano com 3 milhões de carteiras assinadas na construção civil, aproximando-se do pico de empregabilidade formal registrado em 2013.

Para 2025, a alta demanda segue como uma das principais oportunidades para que o setor mantenha o ritmo de crescimento registrado no ano passado, ao mesmo tempo em que enfrenta um cenário econômico desafiador. “Hoje, nosso mercado é mais demandado do que ofertado e isso é um bom sinal, apesar de fatores externos como a variação do dólar, que impacta grande parte dos insumos, como ferro e aço”, pontua.

Apesar da alta nos juros, que poderão implicar na redução de investimentos e descapitalização do mercado, uma eventual queda está praticamente descartada. Para o dirigente, o governo federal, a partir do Minha Casa, Minha Vida, segue como um dos principais impulsionadores do setor. “Comparando com 2024, buscamos equilibrar incentivos e eventuais variações para nos mantermos em estabilidade ou até mesmo crescermos até o final do ano”, acrescenta.

Setor demanda por “Cheque Moradia” em Minas

Com o objetivo de ampliar o acesso à moraria para famílias de baixa renda e reduzir o déficit habitacional brasileiro, o subsídio estadual “Cheque Moradia” segue ganhando popularidade em diferentes regiões. Estados como São Paulo, Paraná e Ceará já aderiram à iniciativa, que funciona de forma diferenciada a depender da localidade.

Em geral, o programa habitacional do governo viabiliza um auxílio financeiro de até R$ 20 mil para a construção e aquisição ou até mesmo reforma e ampliação de imóveis.

A chegada a Minas Gerais, para o presidente do Sinduscon-MG, é vista como crucial para o desempenho do setor de construção civil nos próximos anos. “Entendemos que Minas precisa aderir aos programas de incentivo a moradia, como tem feito outros estados. É uma demanda do setor que o governo estadual está estudando e deve colocar em prática ainda este ano”, finaliza.

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