Setor de máquinas e equipamentos espera recuperação no 3º trimestre

A receita líquida total do setor de máquinas e equipamentos do País apresentou recuo de 9,6% em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior, entretanto, registrou acréscimo de 10,4% ante maio, quando foi da ordem de R$ 23,1 bilhões. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que acredita que o setor deverá manter a tendência de recuperação neste terceiro trimestre.
Embora a perspectiva do setor de máquinas e equipamentos ainda seja de queda sobre os níveis registrados em 2023, uma recuperação já impacta de forma positiva nos negócios de todo o segmento. De acordo com o coordenador de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Leonardo Gatto Silva, Minas Gerais segue o mesmo padrão do que está ocorrendo com o setor no restante do País.
“Quando analisamos os dados de receita e começamos a ver essa variação do acumulado, percebemos a redução no tamanho da queda, apontando para um sinal de recuperação. No começo de janeiro de 2024 comparando com o mesmo mês do ano passado, o índice era de 21,2%. Com o passar dos meses essa variação no acumulado do ano está em 16,4%. Então viemos com essa redução na variação apontando recuperação”, explicou.
Silva considerou que, de forma geral, o setor vem conquistando mais resultados positivos do que negativos neste ano. “É claro que tivemos uma desaceleração forte, principalmente, após setembro de 2023. Mas, ainda com esses crescimentos, eles são suficientes para termos uma alta quando pegamos o acumulado do ano. Quando utilizamos um panorama um pouco mais amplo, já é possível esboçar uma reação de mercado. Historicamente os dados de desempenho da indústria de máquinas, indicam que tanto o segundo quanto o terceiro trimestres são mais fortes que o primeiro e o último”, considerou.
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Indicadores, como emprego em alta, acaba influenciando o consumo de forma geral do Brasil e repercute no Produto Interno Bruto (PIB), que acaba incidindo no segmento de máquinas e equipamentos.
“Setores ligados aos bens de consumo acabam comprando mais máquinas e acabam impactando no nosso setor de forma positiva. Observamos também uma recomposição, ainda que de forma gradual, na produção de máquinas para construção civil e a linha amarela apresentando uma melhora, ainda que em patamares inferiores aos do ano passado. Mas já é um sinal de troca de tendência, ainda de forma gradual, mas não tão robusta a ponto de superar o ano passado”, comparou.
Mas essa melhoria não deverá ser suficiente para reverter a queda que o setor de máquinas e equipamentos espera em 2024, projetou o coordenador. “Ainda assim, a perspectiva para o setor é que o ano vai fechar com índice negativo em torno de 7% de queda na receita total e, no mercado interno, com uma redução um pouco maior, por volta de 8,8%. Ainda vamos ver o ano fechar negativo, mas esperamos, na sequência, um 2025 melhor”, projetou.
No decorrer de 2024 ainda é esperado pelo setor de máquinas e equipamentos uma redução na taxa básica de juros (Selic), e “isso acabará influenciando positivamente os setores ligados a bens de capital. Então, com o crédito um pouco mais em conta, acabará impactando de forma positiva nos negócios, para que no começo do ano possamos comemorar a apresentação de dados melhores do setor”, avaliou.
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