Pequenos negócios avançam nas vendas de máquinas e equipamentos

A indústria de produção de máquinas e equipamentos comemora bons resultados nas vendas em todo o País nos dois primeiros meses de 2025. Depois de três anos em queda, o setor, composto em sua maioria por pequenos negócios, registrou alta de 16,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em janeiro e fevereiro, a receita do segmento com a comercialização dos produtos chegou a R$ 43,3 bilhões.
Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que acompanham pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e mostram que o setor industrial faturou, em janeiro, 3,3% a mais do que em dezembro. Se comparado ao mesmo intervalo de 2024, o aumento foi de 12,8%.
De acordo com o coordenador de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Leonardo Gatto Silva, o setor de máquinas e equipamentos vem passando por um momento de recuperação desde meados de 2024 em consequência de um melhor dinamismo, sobretudo, do mercado local.
“Neste início de ano os compradores aumentaram a demanda por máquinas e equipamentos de fabricação de bens de consumo, máquinas para agricultura e construção civil. Vale destacar que esse desempenho é sobre uma base fraca, com o começo de 2024 representando um período de baixa para o segmento. Mas, de qualquer modo, estamos vendo um 2025 iniciando de uma maneira bem positiva e com a presença de crescimento na relação interanual”, avalia.
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Segundo Silva, a expectativa para 2025 ainda é de continuidade deste movimento de recuperação. “Nos próximos meses, ainda esperamos ver resultados positivos para o setor. A melhora vem de alguns segmentos que se destacam mais. Houve elevação na demanda por máquinas agrícolas, por exemplo, que vem desempenhando um papel relevante e importante neste início de ano. Mas, outros setores também estão apresentando um resultado positivo”, destaca.
Os desafios para 2025 seriam mais relacionados a uma diminuição da intensidade na atividade industrial como um todo, aponta o coordenador. “Esse cenário pode ser explicado pelo reflexo do aperto monetário que o País enfrenta. Também temos questões relacionadas a um mercado externo mais conturbado, que pode oferecer algum tipo de impacto no setor. Contudo, apesar desses desafios, a melhora dos segmentos seria suficiente para o setor como um todo apresentar um resultado positivo. A princípio, a expectativa é de crescermos 3,7% em 2025”, projeta.
As exportações de máquinas e equipamentos somaram US$ 1,6 bilhão no primeiro bimestre, 10% a menos na comparação com o mesmo período de 2024. O crescimento nas vendas para o exterior ocorreu somente para o mercado da América do Sul (12,4%), com destaque para a Argentina, que ampliou as aquisições em 73,4%, principalmente em máquinas agrícolas e máquinas para construção civil.
Aumento de produtividade no setor de máquinas e equipamentos
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é parceiro do governo federal no programa Brasil Mais Produtivo, que integra a estratégia Nova Indústria Brasil. Somente em 2024, o Sebrae levou orientações a mais de 46 mil empresas por meio dos seus Agentes Locais de Inovação (ALI) para aumentar a produtividade e promover transformação digital.
A iniciativa, lançada em novembro de 2023, é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O Sebrae e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) executam o programa que tem como meta apoiar 200 mil micros, pequenas e médias empresas do setor de máquinas e equipamentos até 2027, sendo que dessas, 93 mil terão atendimento presencial das entidades.
Segundo o presidente do Sebrae, Décio Lima, o Brasil Mais Produtivo também fomenta a economia verde e a descarbonização dos setores produtivos. “Além disso, propõe diretrizes que aumentam a produtividade das micro e pequenas empresas, por meio do estímulo à cooperação, à organização do setor, ao desenvolvimento empresarial e territorial. A indústria desempenha um papel estratégico na política econômica e é fundamental para o crescimento sustentável do País ao impulsionar a inovação, a geração de emprego e renda”, destaca.
A entrada no Brasil Mais Produtivo está disponível para empresas industriais de qualquer lugar do País e, além de um diagnóstico gratuito da empresa, o programa federal oferece serviços de consultoria, educação profissional e apoio financeiro para melhorar a gestão, otimizar processos e promover o uso de tecnologias, pilares indispensáveis para a competitividade dos negócios.
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