Mater Dei compra o HSC em Uberlândia

A Rede Mater Dei anunciou ontem a aquisição de participação representativa entre 75% e 80% do Hospital e Maternidade Santa Clara Ltda (HSC), em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Já é o terceiro hospital adquirido pela rede este ano e o sexto desde o IPO, realizado em 14 de abril do ano passado.

De acordo com a rede, o Enterprise Value da Operação para 100% do HSC, incluindo o imóvel, é de R$ 234 milhões, do qual será descontado o endividamento líquido, implicando um múltiplo implícito de R$ 1,35 milhão por leito. 

O grupo mineiro vem investindo pesado em sua expansão. Em janeiro, a rede adquiriu  95,5% do Hospital Premium – Instituto de Cirurgia Plástica e Oftalmologia Ltda, em Goiânia (GO), numa operação de R$ 250 milhões. E, no dia 8 de fevereiro, anunciou a compra, por R$ 205,9 milhões, de 95% do Empreendimentos Médico-Cirúrgicos Ltda (Emec), tradicional Hospital de Feira de Santana, na Bahia.

“O setor de saúde, em especial o prestador de serviços hospitalares, passa por um processo de consolidação. Existem hoje no País mais de 4.500 hospitais privados, que vão ter que se organizar em rede para aumentar sua competitividade”, informa o presidente da Rede Mater Dei, Henrique Moraes Salvador Silva.

Segundo Salvador, a sustentabilidade da rede passa obrigatoriamente por sua expansão, o que vinha sendo feito através de projetos green field, ou seja, hospitais novos, erguidos do zero. Foi assim com as unidades do Santo Agostinho, da Contorno e de Betim/Contagem. O mesmo modelo se aplica ao Mater Dei Nova Lima, que está sendo construído no local do antigo prédio da faculdade Milton Campos, no Vila da Serra, e o de Salvador (BA), que será inaugurado ainda neste semestre.  

A opção dos acionistas por expandir adicionando estruturas já prontas incluiu o mapeamento e a eleição de alguns hubs, a partir dos quais a rede planeja crescer. Foram definidas, assim, regiões estratégicas no País: Sudeste, Nordeste, Norte e, caminhando em direção à região do agronegócio, o Triângulo Mineiro e o Centro-Oeste.

O critério é que as unidades compartilhem o que Henrique Salvador chama de DNA da rede Mater Dei. “Nossa cultura transita em pessoas adequadas para estar à frente e sustentar esses projetos. Nós temos 110 residentes na rede e já formamos, desde 2016, 2 mil técnicos em enfermagem”, explica o médico.

“Nós buscamos hospitais que sejam relevantes para a comunidade onde estão, que tenham um corpo clínico de notório saber e alinhado com nossos valores, para que possam se integrar rapidamente à nossa estrutura de atendimento e acolhimento. Temos a tarefa diária de promover a saúde e o bem-estar de uma maneira plena e integrada, valores que não queremos que se percam ao longo da expansão”, completa.

Hospital tradicional

A mais nova aquisição, o Hospital Santa Clara, foi inaugurado em 1949 e é um hospital geral de alta complexidade, que conta com mais de 40 especialidades. Reconhecido como um dos hospitais mais tradicionais de Uberlândia, o HSC possui uma ampla gama de credenciamentos e acreditações, como Qmentum e ONA III.  

A receita líquida do HSC nos 12 meses encerrados em outubro de 2021 foi de R$ 137 milhões. O fechamento da Operação está sujeito à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O Mater Dei foi assessorado pela Inspire Capital Partners, Azevedo Sette Advogados e Baker Tilly. 

Com 42 anos de existência, a Rede Mater Dei de Saúde não para de crescer. Em Minas, ela já opera o Hospital Mater Dei Santo Agostinho, Hospital Mater Dei Contorno, Hospital Mater Dei Betim-Contagem, Hospital Santa Genoveva e CDI Imagem, os dois últimos em Uberlândia.