Materiais elevam preço da construção civil em Minas Gerais

O aumento nos preços dos materiais segue pressionando o custo da construção civil em Minas Gerais. Em março, o setor apresentou elevação 0,27% no Estado, enquanto no Brasil a alta foi de 0,35%, conforme aponta o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa Econômica Federal.

No período, o custo da construção por metro quadrado atingiu R$ 1.717,89, sendo R$ 989,82 referentes aos materiais e R$ 728,07, à mão de obra. A efeito de comparação, em março do ano passado, os valores eram de R$ 1.619,46, R$ 971,95 e R$ 647,51 respectivamente – um aumento total de R$ 98,43 a cada metro construído.

No Brasil, os resultados apontam para valores ainda mais elevados, chegando a custar, em média, R$ 1.810,25, considerando material e mão de obra. Nos últimos 12 meses, devido aos desafios econômicos, o País elevou em 4,69% esse valor.

Com aumento de 6,07% nos últimos 12 meses, o avanço do custo da construção em Minas Gerais foi o sexto maior entre os estados brasileiros. O resultado também foi o mais acentuado da região Sudeste, à frente do registrado em São Paulo (5,41%), Rio de Janeiro (3,72%) e Espírito Santo (3,31%).

Apesar dos altos custos, a elevada demanda por empreendimentos segue como uma das principais oportunidades para que o setor mantenha o ritmo de crescimento registrado no ano passado, mesmo em um cenário econômico desafiador. Atualmente, a procura por um bem ou serviço é maior do que a quantidade disponível no mercado – um bom sinal para que o setor avança em meio aos desafios, segundo aponta o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Raphael Lafetá.

Apesar da alta demanda, elevada taxa de juros preocupa

A alta demanda por residências também impulsiona programas de incentivo, como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) com a criação da faixa 4 pelo governo federal. A iniciativa, que promete expandir a construção de empreendimentos no Estado, tem sido encarada como um divisor de águas pelo mercado imobiliário.

Em reportagens anteriores, o diretor da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, André Clementino, afirmou que o programa promete levar fôlego para o setor, que segue desafiado desde a pandemia a comercializar em meio a elevação dos custos de materiais, mão de obra, dentre outras necessidades.

A taxa de juros elevada, com perspectiva de encerrar 2025 próxima a 15% ao ano deve impactar negativamente a construção civil, tanto a nível estadual, quanto nacional, especialmente quando se trata do financiamento imobiliário. Além dos consumidores, os custos de financiamento para as construtoras também seguem em elevação, o que pode levar à redução no ritmo de lançamentos e obras, já que o crédito para investimentos se torna mais caro e menos acessível, reduzindo tanto a demanda quanto a oferta no setor.