Matrix Energia investe R$ 330 milhões em usina solar no Norte de Minas Gerais
A Matrix Energia, joint venture da Duferco com a Prisma Capital, inaugurou, na última semana, uma usina solar em Várzea da Palma, no Norte de Minas Gerais. O complexo, chamado Grande Sertão II, recebeu um investimento de mais de R$ 330 milhões e é o primeiro da empresa no mercado de geração centralizada (GC).
O empreendimento, implantado em cerca de 15 meses, em uma área de aproximadamente 200 hectares, possui mais de 140 mil painéis, capacidade instalada de 105 megawatts-pico (MWp) e potencial para atender em torno de 100 mil residências.
Durante o pico de obras, foram gerados quase 600 empregos diretos. Considerando os trabalhadores circulantes, esse número chegou a praticamente dois mil, segundo o diretor de Geração da Matrix, Rodrigo Lima. Conforme ele, a maioria eram pessoas da própria região, e algo próximo de 10% do efetivo era composto por mulheres, percentual considerado histórico pela companhia, visto que a mão de obra feminina ainda é pequena no setor.
A energia do Grande Sertão é comercializada na plataforma varejista da empresa, que atualmente atende mais de quatro mil unidades consumidoras de alta e média tensão, dentro de uma base total superior a 36 mil clientes, incluindo baixa tensão. Com validade estendida até o ano de 2028, 100% da capacidade do complexo solar está vendida e garantida por meio de contratos firmados com consumidores do mercado livre de energia.
Lima afirma que o empreendimento atendeu mais ou menos 70 clientes internos da Matrix Energia. Segundo ele, a empresa disponibiliza um modelo de arrendamento da usina, através de consórcio, que proporciona benefícios aos interessados da própria carteira.
“Esse modelo, além de uma energia competitiva, traz para os nossos clientes previsibilidade de suprimento de energia e um lastro da energia renovável”, destaca. “Ali não tem nenhum questionamento da origem daquela energia”, reitera.
Foco em geração centralizada e venda de ativos de geração distribuída
Além de buscar atender as necessidades dos clientes, a Matriz resolveu investir em uma usina solar de geração centralizada pensando na estratégia de alocar capital em um ativo que concentra energia em um único lugar e com escala para empregar recursos de engenharia que reduzem o custo de produção em relação a vários ativos espalhados.
Nesse movimento de alocação eficiente de recursos, a companhia decidiu vender os 45 ativos de geração distribuída (GD) que havia entregado recentemente. As usinas solares foram negociadas com a Thopen, por R$ 556 milhões. Nenhuma delas estava localizada em Minas Gerais, porque quando a empresa idealizou os projetos, o mercado mineiro já estava bem posicionado, o que dificultava uma eventual entrada no Estado, de acordo com Lima.
Conforme o diretor, o foco da Matrix neste momento está em GC e em outras linhas de negócio, como os sistemas de armazenagem de energia em baterias (BESS). Entendendo que as baterias têm papel fundamental na transição energética e para sustentar o crescimento das fontes renováveis, a companhia tem investido bastante nessa última vertical.
“Temos uma parceria com a Huawei, uma líder mundial de tecnologia e fornecimento de baterias. Hoje temos uma frota muito relevante de BESS aplicados em comércio e indústria no Brasil. São mais de 40 sites espalhados pelo País. É um investimento relevante”, afirma.
Empresa estabelece relacionamento de longo prazo com o Estado
Minas Gerais é um dos principais mercados para a Matrix. Dentre os clientes, 7% (mais de 2.500) são do Estado. O diretor destaca que o mercado mineiro é “gigantesco” tanto em baixa tensão quanto em alta tensão.
De acordo com Lima, a empresa tem um portfólio de projetos que envolvem Minas. Ele diz que com o ativo de geração centralizada na região Norte, a companhia estabelece um relacionamento de longo prazo com o Estado e tem um indutor de novos investimentos.
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