Economia

Matriz elétrica de Minas Gerais está em plena expansão

Apenas em outubro, 13 usinas entraram em operação comercial no Estado, totalizando 56 instalações, que adicionam 2,23 gigawatts de potência à infraestrutura
Matriz elétrica de Minas Gerais está em plena expansão
Segundo dados do painel da Aneel, as estruturas que entraram em funcionamento no Estado no mês passado são todas solares e somam 442 MW de potência fiscalizada | Crédito: Divulgação ForGreen

Nos primeiros dez meses de 2024, 56 usinas entraram em operação comercial em Minas Gerais, adicionando 2,23 gigawatts (GW) de potência fiscalizada à matriz elétrica mineira. Ao todo, foram 51 novas usinas fotovoltaicas implantadas, que geram, ao todo, 2.115 megawatts (MW), além de três termelétricas (120 MW) e duas centrais hidrelétricas (5 MW).

Os dados constam em um painel da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A ferramenta, que mostra resultados a partir de 2014, nunca havia registrado uma expansão tão significativa da matriz elétrica do Estado. Para efeitos de comparação, em todo o ano de 2023, 49 usinas começaram a operar comercialmente, ampliando a oferta em 2 GW.

Somente em outubro, 13 usinas entraram em operação comercial no Estado, o maior volume mensal deste ano. As instalações (todas solares) adicionaram 442 MW de potência fiscalizada à matriz elétrica mineira, contribuindo para o recorde observado no acumulado de 2024.

No Brasil inteiro, de janeiro até 31 de outubro, 256 unidades geradoras de energia iniciaram operação comercial, aumentando a oferta em 9,3 GW. Apenas no décimo mês do ano, a matriz elétrica nacional foi expandida em 1.534 MW, com 39 novas usinas. Em ambos os períodos analisados, Minas Gerais liderou a expansão entre as unidades federativas.

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O consultor independente para assuntos de energia Rafael Herzberg faz uma análise dos fatores que têm influenciado o desempenho histórico do Estado. Conforme ele, um dos principais pontos é que as tarifas reguladas pela Aneel para Minas Gerais são mais atrativas do que as de outras localidades, algo que estimula a elevação da capacidade instalada.

“Se você comparar as tarifas reguladas da Cemig com as de São Paulo, por exemplo, elas são mais altas. Então, o empreendedor se sente mais motivado a fazer um sistema solar em uma casa mineira do que em uma paulista, já que terá capacidade de produzir um resultado melhor”, diz, ressaltando que esta é uma lógica econômica que os investidores procuram e que os clientes gostam, porque serão favorecidos com uma economia na conta de energia.

Segurança jurídica também atrai os investidores

Segundo Herzberg, outro fator que atrai investimentos do setor para Minas Gerais e impacta na expansão exponencial da matriz elétrica mineira é a segurança jurídica encontrada no Estado.

Ele ressalta que, na ótica dos investidores, há uma grande diferença entre desenvolver um projeto em um ambiente seguro juridicamente, com uma concessionária como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que é séria e facilita a decisão em torno, por exemplo, de projetos solares, e em uma região na qual a regulação pode não ser respeitada.

“Situações que geram incertezas não são do agrado dos investidores interessados nessa expansão e, nesse caso, Minas Gerais tem essa conjugação de atrativos interessantes: a tarifa alta e a segurança jurídica, então, o investidor se sente bem no Estado”, reitera.

Tendência é que a expansão da matriz elétrica de Minas Gerais siga crescendo

Para o especialista em assuntos de energia, enquanto houver um cenário que dê tranquilidade aos investidores, a tendência é que a matriz elétrica de Minas Gerais siga em crescimento e seja a principal sede da expansão nacional. Herzberg destaca que os investidores privilegiam lugares mais bem preparados e que respeitam a regulação.

Vale dizer que, com os resultados deste ano, Minas Gerais alcança 207,2 GW de potência fiscalizada, conforme dados da própria Aneel atualizados até sexta-feira (8). A capacidade instalada do Estado representa quase 10% da nacional, que soma 207,2 GW.

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