Economia

McCain do Brasil terá 100% da Forno de Minas

Negociação, cujos valores não foram revelados, depende ainda do aval do Cade
McCain do Brasil terá 100% da Forno de Minas
A McCain, que já possuia 49% das ações da Forno de Minas desde 2018, adquiriu a outra parte do capital | Crédito: Forno de Minas/Divulgação

A Forno de Minas, tradicional fabricante mineira famosa pela produção de pães de queijo congelados, vai passar a ser gerida, em sua totalidade, pela McCain do Brasil, subsidiária da canadense líder mundial em processamento e vendas de batatas pré-fritas congeladas. 

É que a companhia filha do grupo norte-americano anunciou a aquisição de 51% do capital social da empresa brasileira, o que garante o controle total das ações, uma vez que a McCain já possui, desde 2018, 49% da Forno de Minas. 

Indiretamente, a compradora também passará a deter 100% da Sérya. A fabricante nacional de batata frita congelada, que tem os produtos distribuídos e comercializados pela Forno de Minas, já é controlada pela McCain, porém com 30% de participação da companhia mineira. 

O acordo, cujos valores não foram revelados, está sob análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que, por sua vez, pode aprovar ou reprovar a negociação.

Conforme a McCain, desde a primeira aquisição feita pelo grupo, há cinco anos, a companhia canadense trabalha em conjunto com a Forno de Minas para trazer mais oportunidades de negócio e desenvolvimento para os colaboradores. 

“McCain e Forno de Minas reafirmam a continuidade do plano de negócios já em andamento, desenvolvido pela liderança da Forno de Minas, bem como o compromisso de manter o alto padrão de qualidade dos produtos e continuar escrevendo essa história de sucesso juntas”, disse em nota enviada para a reportagem.

Consolidação

No documento encaminhado à autarquia federal, a McCain afirmou que a operação representa uma possibilidade de consolidar sua presença no Brasil, atualmente focada na oferta de batatas congeladas, pizzas congeladas e anéis de cebola. 

Já a Forno de Minas informou que a transação representa a saída dos fundadores do quadro de acionistas e, consequentemente, a expansão de sua capacidade de dedicar-se a novas oportunidades de investimento.

Empresa foi vendida a grupo americano em 1999, mas retornou à família fundadora dez anos depois

Esta não será a primeira vez que a família fundadora deixa o controle da Forno de Minas. Em 1999, a fábrica mineira, fundada em Belo Horizonte em 1990, foi vendida para a Pillsbury, companhia comprada posteriormente pelo grupo americano General Mills. 

Uma década depois, a gigante do setor de alimentos resolveu fechar as portas da Forno de Minas e demitir todos os funcionários. Logo, os fundadores Maria Dalva Couto Mendonça, conhecida como Dona Dalva, e seus filhos Helder Mendonça e Hélida Mendonça, além de Vicente Camiloti, que entrou no quadro societário em 1992, readquiriram a empresa.

“Recomeçamos do zero, pois a marca não estava sendo bem-vista no mercado, em função da queda de qualidade, do relacionamento com clientes e com os próprios fornecedores. Além disso, no período em que ficamos fora, várias marcas de pão de queijo nasceram e cresceram no Brasil. Por isso, o recomeço foi tão árduo”, disse Hélida Mendonça, em recente entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO.

Lutando pela retomada do mercado, a Forno de Minas ampliou o mix de produtos, que atende tanto o varejo quanto o food service. Atualmente, são 128 diferentes itens disponíveis no portfólio da marca, que inclui, além do carro-chefe, pão de queijo, e a batata, folhado, empada, coxinha, waffle, lasanha, massa fresca, lasanha, entre outros. 

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