Medida da estatal divide analistas de mercado
São Paulo e Rio de Janeiro – Para o analista Gabriel Fonseca Francisco, da XP Investimentos, entretanto, a notícia (adoção de um mecanismo hedge para os preços da gasolina) “deve ser lida como negativa, pois pode ser interpretada como um retrocesso na política de preços, dado que a empresa ficaria mais exposta a potenciais perdas em momentos de volatilidade de petróleo e principalmente do câmbio”, segundo nota distribuída a clientes.
O Itaú BBA, por sua vez, considerou a notícia neutra, citando que a estratégia, se efetivamente empregada, reduziria a volatilidade dos preços da gasolina para o consumidor final. O analista André S. Hachem ponderou em nota a clientes que a sua principal incerteza será em relação a como essa estratégia será empregada, “já que provavelmente não sabemos a estrutura das posições de hedge enquanto os preços estão congelados”.
O professor e pesquisador do Grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia da UFRJ, Edmar de Almeida, acredita que a medida ajuda a melhorar a qualidade do mercado de gasolina no Brasil.
“Eu acho positivo, porque é uma política que a própria Petrobras está propondo por meio de inovações financeiras… Volatilidade nunca é bom para qualquer mercado, não só porque afeta os consumidores, mas também porque diminui a transparência com relação a preços na cadeia de valor”, afirmou.
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O Goldman Sachs afirmou em relatório a clientes que “será fundamental monitorar a implementação do mecanismo de hedge… a fim de avaliar se os preços domésticos refletirão as referências internacionais à luz da maior volatilidade nos preços internacionais e nos níveis de câmbio”.
Segundo a Petrobras o preço das refinarias representa cerca de um terço do valor do combustível vendido nos postos ao consumidor final. Entram na composição de preços ao consumidor, ainda, o custo do etanol, os tributos e as margens de distribuidoras e revendedores. (Reuters)
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