Economia

Mensalidade volta a subir nas escolas particulares de Belo Horizonte

Pesquisa aponta que os custos com a educação dos filhos podem ficar 20% mais caros na capital mineira
Mensalidade volta a subir nas escolas particulares de Belo Horizonte
Reajustes são superiores aos praticados nos últimos dois anos | Divulgação

Se neste ano, a população de classe média viveu um alívio por conta da deflação dos combustíveis, 2023 será de aperto nas contas para quem tem filho matriculado em escola particular. Levantamento do site de pesquisas Mercado Mineiro, consultoria especializada em análise de preços e comportamento do mercado, mostra que as mensalidades escolares vão subir 20% no ano que vem

O estudo levantou preços estabelecidos para o próximo exercício em 25 berçários, 35 maternais e 45 colégios particulares. A alta é superior aos reajustes praticados pelas instituições nos últimos dois anos, período em que o cenário pandêmico pressionou o ensino educacional para o aprendizado de maneira híbrida. 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, os cursos regulares pelo País registraram uma elevação de apenas 1,13%, refletindo os descontos aplicados no pico das contaminações. Já em 2021, o aumento foi de 2,64%, enquanto até setembro de 2022, o reajuste foi de 7,21%.

A mensalidade período integral do berçário pode custar de R$ 770 até R$ 4.160 com uma variação de 440%, incluindo almoço, banho, seguro escolar e atividades pedagógicas, além de dois professores em sala. Para meio período os valores podem saltar de R$ 530 para R$ 2.200, uma variação de 315%. 

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


No caso dos maternal para os turnos matutino e vespertino, a mensalidade pode custar de R$ 545 até R$ 2.630 com uma variação de 382%. O horário integral apresenta preços de R$ 745 a R$ 3.560 tendo uma variação de 377%. A matrícula no maternal custa de R$ 545 até R$ 2.630,00, com uma variação de 382%. 

Nas escolas de Ensino Fundamental, que vai do 1ª ano à 5ª série, há mensalidade de R$ 930 até R$ 2.688,33. A precificação pode variar 189%. Da 6ª série à 9ª série do Ensino Fundamental, os valores das mensalidades podem ter uma variação de 148% e 149%. Para as 8ª e 9ª séries, o valor máximo encontrado foi de R$ 2.854,67. 

Ensino Médio também terá aumento

Já em relação às mensalidades do Ensino Médio, para cursar o 1ª ano as mensalidades vão de R$ 1.295 a R$ 2.982,65, com uma variação de 130%. Para a 2ª série do Ensino Médio, as parcelas vão de R$ 1.295 a R$ 2.880,92 dependendo da instituição escolhida. Por fim, para a 3ª série do mesmo ciclo educacional há variação de 160% no preço, com cobranças de R$ 1.169 a R$ 3.047,17.

Pais podem ter dificuldade de manter seus filhos nas escolas particulares | Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG

Os pais vão ter dificuldade de manter seus filhos nas escolas particulares. São valores apresentados mostram que os pais vão ter que ter muita atenção. Claro que nesse momento a gente avalia diversos fatores, seja a infraestrutura da escola como também o corpo docente, que são os professores, os ajudantes para olhar as crianças. Além disso, a metodologia, a carga horária e também a tradição da escola. Isso tudo interfere diretamente no preço final”, elenca o economista e administrador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.

“Nós sabemos que a escola é investimento. Então, ao compararmos os preços, temos que levar em conta todo o retorno desse investimento, que é a educação das nossas crianças. A gente tende hoje a ficar atento aos preços, mas é claro que é muito importante se apegar também às variações”, aponta Feliciano Abreu. 

Medida legal pode abrir caminho para negociação

De acordo com especialistas, os pais precisam redobrar a atenção no momento de matricular ou renovar a matrícula de seus filhos. E quando perceberem um aumento relativo dessa mensalidade, é fundamental procurar a direção da escola, que deve apresentar, sobre exigência de lei, a planilha de gastos e de custos da instituição, conforme explica a advogada consumerista, Ostavane Vieira.

“Essa conversa abre espaço para a explicação dos reais motivos que justifiquem a tomada de decisão pelo reajuste da mensalidade. Mas, caso não seja obedecida essa determinação legal pela escola, não resta outra alternativa aos pais senão buscar os institutos de proteção ao consumidor”, alerta.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas