Mercado de capitais registra R$ 15 bilhões em emissões

As empresas brasileiras levantaram R$ 15 bilhões no mercado de capitais em abril. O montante representa um recuo de 41,4% em relação ao mês anterior e é o menor volume mensal desde maio de 2020. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
No acumulado do ano, o volume total emitido chegou a R$ 82,6 bilhões, o que representa uma queda de 40,5% frente aos primeiros quatro meses de 2022. As ofertas de debêntures foram responsáveis por mais da metade (52%) do volume registrado até agora em 2023, com R$ 43 bilhões no total. Porém, esse valor também é inferior se comparado com o ano anterior, registrando um recuo de 41,4%.
“Passamos por um momento de desaceleração e de incertezas, mas vemos que as empresas seguem recorrendo ao mercado de capitais para a gestão de seus negócios e para levantar recursos aos seus projetos. Mais da metade das operações com debêntures neste ano, por exemplo, tiveram como finalidade o aumento do capital de giro e o investimento em infraestrutura”, afirma o vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni.
Apesar do ambiente econômico conturbado em 2023, as empresas de capital fechado representaram 71% do número total de emissões de debêntures no ano. Isso representa um aumento de 10,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Elas também foram responsáveis por 48,93% do volume total emitido no País.
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Notas comerciais
Dentre os instrumentos de captação, as notas comerciais foram as únicas a registrar volume de emissão acima do mês anterior (aumento de 90,7%), somando R$ 2,1 bilhões, o maior volume mensal do ano. Já no acumulado de 2023, o montante chegou a R$ 5,4 bilhões, ficando 53,1% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.
As operações com prazo de até um ano corresponderam a 50% do volume total, representando um crescimento significativo na comparação com o mesmo período do ano anterior (23,3%).
Além disso, foi observada uma redução entre os produtos de securitização, na comparação com o primeiro quadrimestre de 2022. Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) reduziram 36,6% e os Certificados de Recebíveis Imobiliários recuaram 20,5%. Também houve queda nos prazos dos títulos colocados. As ofertas em andamento registraram volumes de R$ 9 bilhões, e aquelas em análise, R$ 3,4 bilhões.
Renda variável
O mercado de renda variável registrou duas operações de follow-on (oferta subsequente de ações) no mês de abril. Somadas, elas movimentaram R$ 2,7 bilhões, sendo 36,8% subscritos por investidores estrangeiros e 27,3% por fundos de investimentos.
Para efeito de comparação, no mesmo mês do ano passado houve apenas uma operação, no valor de R$ 629 milhões. Em 2023 as ofertas já somaram R$ 6 bilhões, ou seja, 51,2% abaixo que o registrado no mesmo período do ano anterior.
Já no mercado externo, as emissões de dívida de empresas nacionais já bateram o montante total de US$ 4 bilhões entre os meses de janeiro e abril deste ano. Se comparado com o primeiro quadrimestre de 2022, houve queda de 20,7%. Porém, o valor já está próximo do total alcançado no ano passado, que foi de US$ 5,5 bilhões.
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