Economia

Mercado de carbono ainda tem desafios a serem superados

Tema foi discutido em evento realizado na capital mineira
Mercado de carbono ainda tem desafios a serem superados
A partir da nossa união se poderá caminhar a passos largos para se ter um propósito de País | Crédito: Adobe Stock

O Brasil tem condições de liderar o mercado da economia verde, com destaque para o de créditos de carbono, por vários motivos, entre eles, contar com recursos naturais abundantes, além de ter uma matriz energética renovável. Entretanto, essa posição esbarra na questão cultural e na falta de uma legislação específica. “Se os desafios são grandes, as oportunidades são enormes. Só que precisamos agir”, destaca o professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Carlos Braga.

Para ele, as empresas precisam implementar as práticas ESG, que significa Environmental, Social and Governance (em português, ambiental, social e governança). “A sustentabilidade deve ser tratada como assunto de diretoria”, frisa.

Braga foi um dos palestrantes do seminário “Finanças Verdes: Repercussões Jurídicas e Contábeis”, realizado pela Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif) e William Freire Advogados Associados, na última quinta-feira (25), na sede do escritório, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

O gerente da WayCarbon, Lauro Marins, ressalta que os riscos ambientais estão cada vez mais perceptíveis e têm impactos nos negócios. Ele observa que o setor financeiro só passou a prestar atenção ao assunto quando o tema da mudança climática começou a ser discutido em Davos.

Ele acrescenta que o aquecimento do planeta de 1,5 °C nos próximos cinco anos, conforme estimativa da Organização Meteorológica Internacional, tem diversos impactos na economia, seja nos padrões de crescimento, bem como no desempenho da safra, por exemplo. “A gente fala em mitigação, que é a agenda para reduzir as emissões, só que vamos ter que olhar para outra agenda, que é a da adaptação”, observa.

Marins acrescenta que a sustentabilidade não deve ser vista como um departamento específico da empresa e sim que deve ter interconexão com todas as áreas, sendo alinhada ao negócio.

Movimento

Durante o evento, vários palestrantes destacaram a importância e a urgência dos temas abordados no seminário, que teve entre as promotoras a Amif, que é membro do Movimento Minas 2032 (MM2032) – pela transformação global. A entidade atua fortemente em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13: “Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos”.

Liderado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, o MM2032 propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos ODS, promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2015.

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