Economia

Mercado de seguros de veículos registra crescimento em 2022

Valor contratado na região coberta pelo SindSeg MG/GO/MT/DF superou a casa de R$ 5 bilhões, um avanço de 101,2% sobre 2021
Mercado de seguros de veículos registra crescimento em 2022
Mais de 45 mil roubos e furtos de veículos ocorreram no ano passado na área de atuação do SindSeg MG/GO/MT/DF, uma alta de 13% | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O seguro de automóveis, particularmente em Minas Gerais, foi um dos destaques do mercado segurador em 2022 na região coberta pelo Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização dos Estados de Minas Gerais, de Goiás, do Mato Grosso e do Distrito Federal (SindSeg MG/GO/MT/DF), segundo o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira. No ano passado, a demanda aumentou 20,8% na comparação com 2021.

De acordo com dados da entidade, divulgados ontem, foram pagos mais de R$ 5 bilhões em seguro automotivo na região, um avanço de 101,2% sobre 2021, sendo que 61% do montante veio de Minas Gerais. No mesmo período, ocorreram mais de 45 mil roubos e furtos de veículos na área de abrangência do sindicato, um avanço de 13% sobre 2021.

O seguro viagem acompanhou a tendência nacional de avanço na demanda, conforme Oliveira. Com a grande adesão da vacinação e o arrefecimento da pandemia, a região contabilizou aumento de 323,2% na procura por proteção nas viagens, arrecadando mais de R$ 40 milhões em prêmios. Minas Gerais foi responsável por 59,6% da demanda na área de cobertura do sindicato.   

O mercado mineiro de seguros apresentou no ano passado alta nos pagamentos de indenizações, benefícios, sorteios e resgates no acumulado. Foram repassados aos segurados R$ 8,1 bilhões (sem Saúde, DPVAT e VGBL), 12,4% a mais que em 2021.

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Os produtos de seguro de danos e responsabilidades que apresentaram os avanços mais expressivos foram: automóvel, que apresentou o maior crescimento, com 90,8% (R$ 3,1 bilhões), seguido por crédito e garantia, com 48,5% (R$ 133,2 milhões), os seguros classificados como outros, com 40,9% (R$ 7,5 milhões) e garantia estendida, com 22,3% (R$ 20,3 milhões).

Em arrecadação, desconsiderando os dados de DPVAT e saúde suplementar, o Estado registrou um aumento de 20,8% (R$ 30,3 bilhões) na demanda por produtos de seguro, com destaque para o rural, com 48,2% (R$ 1,1 bilhão), além de transportes, com 44,1% (R$ 437,7 milhões) e o de automóvel, com 38,7% (R$ 4,3 bilhões).

Dyogo Oliveira e Marcos Neves apresentaram dados do setor de seguros em evento realizado na sexta-feira na Capital | Crédito: Fábio Ortolan/Sindiseg

Seguro tem papel estabilizador 

O presidente do SindSeg MG/GO/MT/DF, Marcos Neves, ressalta que o seguro tem um papel estabilizador na medida em que reduz incertezas, dá suporte a decisões estratégicas de investimentos, oferece proteção pessoal e preserva patrimônios, rendas e qualidade de vida.  “O resultado da receita de seus produtos, além de empregar milhares de pessoas direta e indiretamente, alimenta uma dinâmica cadeia produtiva que envolve seguradoras, corretoras e uma ampla gama de fornecedores de reparação, reposição e prestação de serviços”, diz.

Meta é atingir 10% do PIB nacional até 2030

O mercado de seguros brasileiro quer elevar a participação no Produto Interno Bruto (PIB) do País, de 6,5% em 2022 para 10,1% em 2030. Para isso, o setor quer aumentar em 20% a parcela da população atendida pelos diversos produtos oferecidos pela atividade. Outro objetivo é elevar o pagamento das indenizações de 4,6% para 6,5% do PIB.

E para que isso aconteça, as entidades do setor, lideradas pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) elaboraram o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS), que contempla 65 ações, baseadas em quatro eixos principais: imagem do seguro, canais de distribuição, produtos e eficiência regulatória.  “São metas ambiciosas, mas factíveis”, frisa o presidente da entidade, Dyogo Oliveira.

Ele conta que o plano foi criado a partir da percepção de que o mercado de seguros pode gerar mais reservas para a poupança nacional e direcionar mais recursos para importantes projetos ao apoiar iniciativas públicas e privadas. “Assumimos riscos das mais diversas atividades econômicas e oferecemos proteção aos indivíduos e às empresas”, observa. 

Ele ressalta que, apesar da importância econômica da atividade, há muito desconhecimento sobre o setor. E, para se aproximar mais da população, a recomendação é comunicar mais com a sociedade e utilizar uma linguagem mais simples e clara, deixando o “segurês” de lado.

Encontro

O dirigente esteve na sexta-feira (17), em Belo Horizonte, na sede do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização dos Estados de Minas Gerais, de Goiás, do Mato Grosso e do Distrito Federal (SindSeg MG/GO/MT/DF), na região central de Belo Horizonte, para o encontro setorial com lideranças do mercado segurador.

Durante o evento, Oliveira mostrou dados positivos do mercado brasileiro. O pagamento de indenizações, benefícios, resgates e sorteios somaram mais de R$ 219,4 bilhões em 2022, alta de 15,5% na comparação com o ano anterior. Em termos de arrecadação, o setor cresceu 16,2% frente a 2021, com mais de R$ 355,9 bilhões em arrecadação. Em ambos os casos, os dados não contemplam o segmento de saúde suplementar e o DPVAT.

Para o presidente do CNseg, os números indicam uma tendência de crescimento mais equilibrado. “O ano de 2022 foi muito positivo. As indenizações cresceram em linha com a arrecadação, mantendo assim um mercado saudável”, observa.

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