Mercado de veículos novos recua em Minas

Minas Gerais está emplacando menos veículos neste início de 2022. Em fevereiro, apesar de atingir patamares próximos às vendas de 2021, com a negociação de 36.391 veículos, frente aos 36.890 comercializados no ano anterior, a queda no comparativo dos períodos foi de 1,35%.
A diferença mais significativa está no somatório dos dois primeiros meses consolidados, já que, neste ano, registrou-se uma baixa de 3,88% nas vendas. Em números absolutos, o acumulado de janeiro e fevereiro do ano passado foi de 71.925, enquanto os dados mais recentes mostram a comercialização de 69.314.
Os dados, da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), demonstram também o cenário na capital mineira. Em Belo Horizonte, os números divergem do movimento estadual, com altas nos índices de emplacamentos. Somente em fevereiro, que teve 19 dias úteis, o município emplacou 23.522 veículos. Somado a janeiro, os números chegam aos 41.418 veículos novos comercializados. A alta em relação ao mês ligeiramente anterior deste ano é de 31,44%, já que, em janeiro, a capital teve 17.896 veículos emplacados.
No comparativo com o ano anterior (2021), o aumento nas vendas apresentou variação positiva de 3,02%, quando Belo Horizonte teve 40.205 unidades negociadas. Na contramão dos dados positivos da capital mineira, em todo o Brasil a venda de automóveis de todos os segmentos teve queda de 13% no primeiro bimestre do ano quando comparado a 2021. No País, foram emplacados no período de referência 448.581 veículos, sendo que no ano anterior o total foi de 516.079.
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Conforme divulgou a Fenabrave em análise dos números do último balanço, a falta de peças e componentes para alguns veículos ainda segue como um desafio para o setor. Ademais, o fechamento da inflação acima de 10% em 2021 e a consequente redução do poder de compra da população brasileira representam entraves para o aumento das vendas.
Redução de imposto e projeção
A aposta da Fenabrave para a recuperação desse cenário é a redução de 18,5% da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados que incide sobre veículos. A medida, decretada no último 25 de fevereiro, por meio do Ministério da Economia, é, segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., um fator importante para a indústria e representa, ainda, o que ele classifica como o momento ideal para pessoas e empresas que buscam comprar um novo veículo.
“Acreditamos que, com a diminuição do IPI, promovida pelo Governo, o mercado de veículos poderá ser favorecido, principalmente, para as marcas cujas montadoras mantiverem os preços dos produtos inalterados, conforme tabela do início de fevereiro, e também aplicarem a redução da alíquota do IPI”, afirmou o presidente da entidade, que pleiteia também a ampliação do decreto para veículos que estão em estoque nas concessionárias.
Stellantis pode produzir híbrido a etanol no País
São Paulo – A Stellantis está estudando eventual produção e venda no Brasil de um veículo híbrido, movido à eletricidade e etanol, até 2025, e planeja o lançamento para este ano de uma nova marca do grupo no País, afirmou o presidente da companhia para América do Sul, Antonio Filosa, na sexta-feira (4).
O executivo afirmou que a empresa pretende lançar 16 novos modelos de veículos e mais 7 elétricos e híbridos na região até 2025, para impulsionar as marcas francesas Peugeot e Citroen sem perder de vista a liderança de mercado obtida com Fiat e Jeep.
“Estamos trabalhando para isso…ainda não temos um cronograma definido para chegada ao mercado (do modelo híbrido a etanol no Brasil), mas poderia não ser tão longe assim…Lá para 2025, se tudo der certo, a gente poderia começar a propor esse tipo de tecnologia”, disse Filosa ao ser questionado sobre eventual lançamento em 2026.
“O etanol é muito relevante no Brasil e menos em outros países da América Latina, mas começa a ganhar relevância em outros países, como a Índia”, disse o executivo, frisando que o desenvolvimento do híbrido a etanol se daria primeiro focando o mercado brasileiro.
Filosa afirmou que a Stellantis prepara o lançamento de uma nova marca para a região – atualmente o grupo trabalha com sete marcas de veículos na América do Sul -, mas ele não confirmou se seria a Alfa Romeo, de modelos de luxo.
“Vocês vão saber este ano ainda. Começa com ‘A’, mas não é Alfa Romeo”, brincou o executivo. No portfólio de marcas da Stellantis, a outra marca que tem a letra “A” como inicial é a italiana Abarth, de preparação de veículos para alto desempenho.
Segundo ele, em 2021, a Stellantis teve um lucro operacional (Ebitda) ajustado de 882 milhões de euros na América do Sul, após break even em 2020. A receita na região somou 10,7 bilhões de euros, de um total faturado no mundo de 152 bilhões.
O grupo encerrou fevereiro com uma participação de mercado no Brasil de 39,9%, equivalente a uma venda de 80.675 veículos e a um ganho de 5,4 pontos percentuais sobre 2021. O País não é o maior mercado para a Stellantis, mas é o local onde a empresa tem a maior fatia de mercado no mundo.
Filosa afirmou que se mantém “otimista” sobre o mercado brasileiro, esperando crescimento para 2022, mas preferiu não cravar um número, diante das incertezas envolvendo a crise de oferta de componentes para produção de veículos, eventuais novas ondas de Covid-19 e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia.
Em dezembro, o executivo estimou que as vendas de veículos leves no País deveriam subir 10% este ano. A associação de montadoras, Anfavea, estimou em janeiro alta de cerca de 8%.
Por conta da guerra, que segundo Filosa tende a inflacionar os já elevados preços de commodities, e das incertezas sobre a cadeia de suprimentos, a redução de 25% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) anunciada pelo governo federal na semana passada deve servir mais para segurar a alta dos preços dos veículos este ano.
Em janeiro, por exemplo, contratos de fornecimento de aço para o setor automotivo tiveram seus preços reajustados em 60% pelas siderúrgicas locais.
“A redução (do IPI) chegou num momento muito bom”, disse ele. “Vai ajudar a recuperar volumes de vendas nos médio a longo prazos…Mas no curto prazo, é mais provável que isso ajude a compensar o que seria um aumento maior dos preços (dos veículos)”, disse o executivo.
Questionado sobre se a redução do IPI poderia impulsionar as vendas, ele afirmou que atualmente “as vendas dependem da produção e a produção depende das cadeias de valor (de autopeças) que ainda não estão regulares”, disse Filosa. “Neste momento, não está faltando cliente”. (Reuters)
O que é Segurança Energética?
São medidas adotadas para evitar a falta do abastecimento de energia, provocada por fatores como a escassez hídrica e até mesmo dificuldades inerentes aos tipos de fornecimento. Associada a essas medidas está a segurança na disponibilidade de energia adequada, de qualidade e a preços acessíveis.
Quais os próximos eventos sobre Segurança Energética?
“O desafio da Segurança Energética” é um evento on-line gratuito que ocorrerá no dia 16 de março de 2022, a partir das 10h, com transmissão via plataforma Youtube. Na ocasião, profissionais qualificados e renomados do setor discutirão sobre os caminhos a serem percorridos para garantir o fornecimento de energia elétrica seguro.
A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) é a instituição realizadora do evento, que tem correalização do jornal Diário do Comércio — veículo de imprensa de Minas Gerais quase centenário e especializado em economia, gestão e negócios.

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