Mercado de veículos usados e seminovos está aquecido
Os preços mais acessíveis dos veículos seminovos e usados frente aos modelos zero quilômetro estão contribuindo para o aumento das vendas. Em Minas Gerais, ao longo de março, foram vendidas 125.900 unidades, volume que supera em 37,3% as vendas de fevereiro e em 47,9% as registradas em março de 2022. As informações são da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg).
Com o resultado positivo no mês passado, as vendas acumulam incremento de 35,3% no primeiro trimestre ante igual intervalo do ano passado. Entre janeiro e março foram transacionadas 436.095 unidades no Estado. A estimativa é que as negociações continuem em alta.
O presidente da Assovemg, Glenio Leonardo de Oliveira Junior, explica que os custos elevados dos veículos novos têm feito com que os consumidores optem pelos usados e seminovos. O esfriamento do mercado de novos fez com que as algumas montadoras reduzissem os turnos ou suspendessem a produção.
“O mercado de seminovos e usados está aquecido pelos preços dos carros novos estarem muito elevados. Hoje, os valores estão inacessíveis, principalmente para a classe média. Um carro novo está custando quase R$ 70 mil. Então, com esse valor, é possível comprar um seminovo bem mais completo, com mais opcionais, mais tecnologia”.
Assim como em Minas Gerais, o mercado de veículos seminovos e usados também se manteve positivo em nível nacional. Em março, as vendas superaram em 32,2% o resultado de fevereiro. Na comparação com o mês de março de 2022, a alta foi de 20,5%.
Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), o cenário positivo pode continuar, já que a paralisação das montadoras nas últimas semanas pode levar os consumidores a optarem por um veículo usado ao invés de um zero quilômetro. Apesar da expectativa positiva, o setor ainda enfrenta gargalos que podem impactar as vendas.
“O crédito mais restrito e a alta inflação ainda são os gargalos para que o comércio de usados possa crescer. Mas se os resultados positivos nas vendas continuarem se apresentando sequencialmente como até agora tem acontecido, temos a expectativa de fechar o ano com resultados semelhantes aos obtidos em 2021, quando alcançamos 15 milhões de unidades comercializadas”, explicou em nota o presidente da Fenauto, Enilson Sales.
Para Oliveira, a expectativa é encerrar o ano com resultados positivos, porém, existem desafios a serem superados: “A melhora do mercado vai se dar com menos interferência do governo na economia. É preciso deixar livre, deixar o mercado acontecer, não interferir nas decisões, como tem ocorrido no caso dos juros. O mercado tem que trabalhar sozinho, sem influência do governo”.
Outro ponto que pode impactar de forma negativa a venda de veículos é a decisão do governo em alterar a mistura de biodiesel no diesel, que será ampliada de 10% para 12% em abril. Um ano depois, em 2024, o percentual subirá para 13%. Em 2025, atingirá 14% e, em 2026, chegará aos 15%.
“Alguns veículos a diesel já apresentam problemas com a mistura em 10%. O aumento da mistura pode prejudicar ainda mais o desempenho dos veículos e, isso, vai desestimular o mercado dos modelos”, explicou Oliveira.
Categorias
Ao longo de março, a comercialização de seminovos aumentou 43,6%. Ao todo, foram 28.680 unidades vendidas. No primeiro trimestre, a alta no segmento é de 41,6%, somando a venda de 69.077 veículos.
Nos automóveis de quatro a oito anos, o aumento ficou em 38,5% frente a fevereiro, com as vendas totalizando 37.384 unidades. No primeiro trimestre, cujas vendas somam 95.296 unidades, o resultado ficou 23,5% superior.
Os carros com idade entre nove e 12 anos apresentaram elevação nas vendas de 35,1% em março, somando 40.149 veículos comercializados. No trimestre, o crescimento foi de 32%, encerrando o período com 103.039 unidades.
Na categoria de carros acima de 13 anos foram vendidos 66.699 automóveis, volume 42,6% maior frente a março. No trimestre, o resultado ficou 42,6% maior, com a venda de 168.683 unidades.
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