Economia

Novo leilão da BR-381 deve atrair interessados, dizem especialistas

Tema interessa a diversos setores da economia do Estado, sobretudo pela relevância econômica e social da rodovia
Atualizado em 20 de maio de 2024 • 09:53
Novo leilão da BR-381 deve atrair interessados, dizem especialistas
ANTT realizou mudanças no projeto original para atrair interessados em administrar a rodovia | Crédito: Reprodução / ANTT

Com a repaginada no edital de concessão do trecho referente à rodovia BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, com extensão de pouco mais de 300 quilômetros, publicado nesta sexta-feira (17), o Ministério dos Transportes espera atrair empresas em adquirir a concessão.

De acordo com dados divulgados pela ANTT, o Ministério incorporou diversas melhorias ao projeto da BR-381, tanto de ordem técnica como de ordem contratual e regulatória, visando adequar a concessão à realidade da região e atrair empresas.

O objetivo principal é que elas possam adotar o sistema rodoviário com inovações tecnológicas e mecanismos que busquem a eficiência para o sistema de cobrança de pedágio, da segurança viária e a ampliação da capacidade de tráfego, proporcionando melhor conforto e redução do tempo de viagens aos usuários.

O tema interessa a diversos setores da economia do Estado dada a relevância econômica e social que a rodovia tem para o Estado. Uma das entidades que acompanha de perto as questões é a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). De acordo com o membro do conselho de infraestrutura da entidade, Victorio Semionato, o novo edital traz uma modalidade de solução que tranquiliza o mercado.

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“A complexidade (do trecho) será tratada dentro de um contrato que acreditamos que terá instrumentos para poder dar solução a esta grave situação de interferências, principalmente do ponto de vista humano que tem interferência direta com a execução do projeto”, comentou.

Na opinião dele, as modificações realizadas pelo Ministério do Transporte no edital da BR-381 foi uma decisão “sensata, adequada e bastante motivadora para o mercado”. Para ele, o novo modelo garante segurança jurídica e técnica mais adequada para o mercado se mostrar atraído, já que elimina os pontos de riscos mais altos”, disse.

Luciano Araújo, coordenador do Movimento Nova 381, também está otimista. Ele conta que participou de discussões com empresários sobre o tema, após o desinteresse das empresas na concessão. “O modelo do edital que será publicado nesta sexta-feira (17) foi construído de forma a atender às expectativas das possíveis interessadas”, revelou.

Nesse contexto, ele alega que “o movimento está confiante que desta vez não haverá leilão deserto”. Isso porque para ele, as mudanças no edital trouxeram dois ganhos para as empresas: “a redução de investimento, já que são mais de R$ 1 bilhão que as empresas deixam de investir e a questão do impacto econômico e social. As desapropriações devem gerar um impacto muito forte levando ao desinteresse”, comentou.

Alterações mitigam riscos para investidores

A professora do curso de Engenharia Civil da Una, Luana Maris, considera a duplicação de extrema de importância. “As melhorias são para ampliar a capacidade de tráfego, aumentar a segurança dos motoristas, correções de traçado e de projeto geométrico envolvendo pavimentação, entre outros fatores e diretrizes que contribuirão para a redução do índice de acidentes”, cita.

Sobre o edital, ela comenta ainda que as alterações mitigam os riscos para os investidores, tornando a concessão mais atraente. “A rodovia voltará, então, a ser ofertada com ajustes no processo de contrato, promovendo a redução de riscos para os investidores, sendo muito atrativo para os interessados em potencial”, explica Luana Maris.

O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais, Adalcir Ribeiro Lopes, diz que as melhorias e duplicação do trecho são um apelo do setor de transporte há muitos anos. Para ele, o governo conduziu de forma correta este processo e, dessa vez, haverá interessados.

“Acredito que haverá grande interesse nesse novo edital, pois o orçamento para as empresas ficará bem mais em conta. Nossa expectativa é que agora essa rodovia seja privatizada, para que possa ser modernizada e tenha mais segurança para todos os usuários e, principalmente, para o nosso setor de transporte de carga. O Vale do Aço tem muitas siderúrgicas e uma demanda muito grande, com fluxo de veículos pesados. Isso vai trazer um conforto para nós, mineiros, e estamos muito ansiosos para que esse leilão seja exitoso”, conclui.

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