Mercado imobiliário: valor do metro quadrado em BH sobe 0,04%

O preço médio do metro quadrado do imóvel à venda em Belo Horizonte subiu 0,04% no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período no ano passado (2022), e atingiu o valor médio de R$ 4.750. Os dados do mercado imobiliário são do Relatório de Compra e Venda da plataforma QuintoAndar, divulgados esta semana.
O estudo mostra que quando comparado com o primeiro trimestre deste ano, o preço médio do metro quadrado negociado aumentou 5,56%. O valor médio é medido por meio de todos os anúncios publicados na plataforma, cujos contratos foram fechados no período analisado.
O analista de dados do QuintoAndar, Thiago Reis, explica que o cenário geral do mercado é positivo. “A balança comercial brasileira está melhor do que se esperava e o crescimento do PIB tem superado as expectativas do mercado”, avaliou.
Ele explica que a alta, mesmo que pequena, em Belo Horizonte, é reflexo da elevação do ticket médio praticado no mercado. “Houve queda na demanda por unidades econômicas e aumento de participação de mercado de unidades de médio e alto padrão”, explica.
Uma tendência já noticiada pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO em junho deste ano, quando dados do levantamento do desempenho do mercado imobiliário de Belo Horizonte e Nova Lima, divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), mostrou uma preferência por imóveis de alto padrão por parte das construtoras.
Thiago Reis explica que, como sinalizado na última edição do relatório, a alta dos juros reduziu a procura dos imóveis mais econômicos. Porém, ao analisar o panorama atual do mercado imobiliário, ele avalia como positivo, por alguns fatores. Ele relembrou da queda de juros anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), no início do mês, que reduziu a taxa básica de juros de 13,75% para 13,25%. “Então, a gente espera que nos próximos meses, a taxa deve continuar a cair e as condições de financiamento devem melhorar gradualmente”, disse.
Outro fator pode ser associado à aprovação do novo Minha Casa, Minha Vida, o fato também é considerado uma boa notícia na avaliação do analista. “O redesenho do Minha Casa, Minha Vida será uma importante fonte de demanda para o segmento econômico. Muita gente que adiou o sonho da casa própria, agora pode tomar a decisão com a ampliação dos valores”, analisou.
Negociações mais acirradas
Outro item avaliado pelo estudo é o desconto aplicado nas negociações, ou seja, a diferença entre o preço anunciado e o efetivo valor pago no contrato. Em Belo Horizonte, o desconto médio aplicado no segundo trimestre deste ano foi de 4,5%. Alta de 0,4 ponto percentual com relação ao mesmo período do ano passado, quando o índice era de 4,1%. Com relação ao primeiro trimestre do ano, o registro foi de queda de 0,8 ponto percentual. No primeiro trimestre do ano, o desconto aplicado médio estava em torno de 5,3%. “A maior queda desde 2020, o que dá uma dimensão ainda melhor da mudança. O mercado está mais aquecido e a margem de negociação está reduzindo”, avalia.
Mais caros, mais procurados e mais valorizados
O estudo analisa também o preço negociado, a procura pelos bairros e a valorização. De acordo com o estudo, a Savassi é o bairro com o maior preço médio de metro quadrado negociado no período. No segundo trimestre deste ano, a média do metro quadrado na localidade foi negociado a R$ 8.667. Em segundo lugar está o Sion, a R$ 7.380 e em terceiro o Anchieta, a R$ 6.093. Santa Efigênia e Prado, finalizam o top5 dos bairros mais caros, com média do metro quadrado sendo negociado a R$ 5.764 e R$ 5.667, respectivamente.
No ranking da procura, o Centro deixou o segundo lugar e passou a ocupar o topo da lista de bairros mais procurados. E duas novas localidades entraram na top10: Cidade Nova, na região Nordeste, ocupando o oitavo lugar e Lagoa, na região do Venda Nova, em décimo. Outros se mantiveram como bem procurados e ocupam a lista dos dez principais são: Buritis, Castelo, Sagrada Família, Lourdes, Ouro Preto, Prado e Savassi.
Quanto aos bairros que mais valorizaram no período analisado está o Sagrada Família (14,5%), Sion (13%), Cidade Nova (8,7%), Buritis (8%), Gutierrez (2,8%) e Santo Antônio (2%). O bairro Serra e Anchieta, registraram as maiores desvalorizações no preço médio do metro quadrado negociado, registrando no período queda de 24,1% e 21,4%, respectivamente.
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