Setor de joias em Minas registra crescimento de 10% no primeiro semestre

O setor de joias registrou crescimento de 10% no primeiro semestre deste ano em Minas Gerais. Apesar do avanço, a categoria segue impactada por fatores externos, como a alta no preço do ouro no mercado internacional.
Segundo o presidente do Sindijoias Ajomig, Murilo Graciano, a alta elevou o valor das joias, o que impactou de certa forma na tomada de decisão do consumidor, que está mais cauteloso. Por outro lado, ele avalia que o desafio no mercado foi minimizado graças ao talento do designer brasileiro aplicado às peças, além da utilização de gemas nacionais.
A expectativa, segundo Graciano, está direcionada ao segundo semestre, especialmente nas vendas do Natal, que anualmente avançam até 35% em comparação aos demais meses do ano. Para 2024, ele avalia que o setor espera vender entre 10% a 20% mais nas festividades em comparação com o ano passado. “Eu acredito que será um fim de ano positivo e esperamos que isso seja refletido nas vendas”, afirma.
Categoria está atenta às transformações do mercado
Ao comparar com o ano passado, o empreendedor e conselheiro do setor, Manoel Bernardes, acrescenta que o mercado de joias em Minas Gerais tem crescido, mas o setor está sujeito às dificuldades com pequenas empresas. “Enquanto as empresas de grande porte contam com mecanismos para tentar driblar crises, as empresas muito pequenas estão sujeitas aos impactos de variações econômicas e consumo”, destaca.
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Para driblar os desafios, os empreendedores estão adotando estratégias específicas para as necessidades dos negócios, como aumento da atuação nas redes sociais e mecanismos de vendas multicanais. Segundo Bernardes, a venda pelo WhatsApp, por não exigir investimentos na rede, tem se tornado uma ferramenta de extrema importância para os negócios.
Além da tecnologia, a categoria segue vivenciando uma profunda transformação em diferentes vertentes em razão da mudança de comportamento do consumidor, impulsionada pelo público jovem. “A nova geração tem um maior apelo por sustentabilidade e isso vai implicar também em uma mudança de atitude das empresas, como a transparência a respeito da origem dos materiais utilizados na produção de joias”, analisa.
Entretanto, Bernardes pontua que já existe um nível de conscientização bastante amplo na cadeia sobre o tema. “Nós estamos fazendo um trabalho em parceria com o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais (IBGM) por nos preocuparmos o com insumo”.
Setor se articula para viabilizar certificados de origem
O consumo de gemas, em especial, de pedras naturais brasileiras, está ganhando cada vez mais adeptos e impulsionando o mercado. Murilo Graciano destaca que a categoria está discutindo a inovação no aprimoramento das lapidações das pedras e a busca por uma legislação mais adequada para mineração de gemas para garantir um certificado de origem para os produtos.
Recentemente, o Sindijoias Ajomig promoveu dois seminários a respeito do setor de mineração de gemas em Minas Gerais. Os eventos reuniram especialistas para discutir as oportunidades e obstáculos que impactam o desenvolvimento sustentável da atividade no Brasil, além dos desafios enfrentados por pequenos mineradores no Estado.
Segundo Graciano, o setor como um todo está se unindo em busca de um cenário positivo para mineração de pequena escala, que é a extração de gemas. “Promovemos esse seminário para chamar a atenção das autoridades públicas e setor privado da importância de se ter uma legislação adequada à mineração de gemas, com exigências e penalidades corretas”, pontua.
Como resultado dos diálogos, a categoria agora deseja apresentar às esferas estadual e federal um documento propositivo que demonstra os desafios para a viabilização da legislação e do certificado de origem das gemas. “Seguimos atentos às novas exigências dos consumidores que querem procurar por produtos, como joias, alinhados a sustentabilidade, origem e compliance“, finaliza.
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