Mercado livre de energia no Estado registra alta de 7,5%

O mercado livre de energia de Minas Gerais ganhou 112 novas unidades consumidoras no primeiro trimestre deste ano. O montante representa um aumento de 7,5% em relação ao registrado no mesmo período de 2022. As informações são de um levantamento realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Com o resultado, o mercado livre de energia do Estado já agrupa 2.933 pontos de consumo. O volume é o terceiro maior de todo o Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul (3 mil) e São Paulo (10 mil). No País, conforme a CCEE, são mais de 32 mil unidades consumidoras, sendo que 1,4 mil foram registradas somente nos três primeiros meses de 2023.
Vale ressaltar ainda que Minas tem o segundo maior percentual de participação do mercado livre no total de energia consumida. Dados divulgados pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), em abril, mostram que 53% da demanda de consumo do Estado provém do segmento. O primeiro lugar no ranking é o Pará (58%).
Preços motivam a migração do consumidor para o mercado livre de energia
O diretor da CMU Comercializadora de Energia, Walter Luiz de Oliveira Fróes, atribui a expansão do ambiente de contratação livre (ACL) aos baixos valores do segmento.
“Estão comprando energia por um preço que nunca se viu na história do Brasil. Isso ‘empurrou’ o pessoal a comprar no mercado livre e ter uma economia ainda maior”, diz.
Segundo ele, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), hoje em R$ 69,04 megawatt-hora (MWh), está no piso há alguns meses e não deve ter uma mudança significativa neste ano. O indicador é calculado pela CCEE e serve como referência para o mercado livre de energia.
Na avaliação do diretor-presidente da Enecel Energia, Raimundo de Paula Batista Neto, o crescimento do segmento é resultado de um conjunto de fatores. Entre eles, está o diferencial tarifário ofertado pelo mercado livre frente ao ambiente de contratação regulado (ACR).
“Quando você tem um diferencial, você consegue de uma maneira ou de outra chegar até o consumidor com condição de vantagem bem expressiva. Nenhum consumidor é bobo. Se tem uma coisa que o brasileiro sabe fazer é conta”, afirma.
De acordo com ele, se o consumidor paga atualmente R$ 500 por mês (R$ 6.000 anual), com um desconto de 25% ao entrar para o mercado livre de energia, vai economizar R$ 1.500. Ou seja, deixará de pagar três contas por ano, podendo utilizar o valor para outras demandas.
Tendência é crescer ainda mais
Com a abertura do mercado livre de energia para outros tipos de consumidores nos próximos anos, a tendência dos números do segmento é crescer ainda mais.
Fróes salienta que, a partir de janeiro de 2024, será possível, por exemplo, ter um consumidor livre do grupo de alta tensão com demanda contratada abaixo de 500 kilowatts (kW), o que, no momento, ainda não é permitido.
“Então, tem um potencial de entrada de mais 110 mil consumidores no mercado livre a partir daí. Eu diria que o crescimento dos próximos dois anos está plenamente assegurado”, destaca.
Batista Neto também acredita que os resultados do mercado livre de energia serão ainda melhores nos próximos anos, após a entrada do chamado comercializador varejista.
“Vai ser um novo boom para os pequenos consumidores. Então, esses números que estão aparecendo ainda não refletem as realidades que nós temos. Só a Enecel será responsável por milhares de consumidores que vão entrar no mercado”, frisa.
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