Economia

Mercado livre de energia expande participação no consumo de Minas

Volume negociado no ambiente livre de regulação passou de 53% de total mensal em 2023 para 55% no ano passado, segundo dados da Abraceel
Mercado livre de energia expande participação no consumo de Minas
A atividade de comercialização de energia no Brasil registrou um faturamento exclusivo de aproximadamente R$ 193 bilhões em 2024 | Crédito: Alan Whiter / Fotos Publicas

O mercado livre de energia expandiu sua participação no consumo mensal de energia elétrica em Minas Gerais em 2024. Segundo dados do Boletim Anual de Energia Livre, da Associação Brasileiras dos Comercializadores de Energia (Abraceel), cerca de 55% do consumo total demandado no Estado no ano passado veio de unidades consumidoras livres, que negociam a eletricidade fora do ambiente de contratação regulado (ACR).

A título de comparação, em 2023, a energia negociada no ambiente de contratação livre (ACL) representava 53% de toda a energia consumida mensalmente no Estado, que encerrou 2024 com 4.993 unidades consumidoras, atrás dos estados do Rio de Janeiro (5,1 mil), Paraná (5,4 mil), Rio Grande do Sul (6,1 mil) e São Paulo (20,8 mil).

O presidente-executivo da Abraceel, Rodrigo Ferreira, comentou que o crescimento do mercado livre de energia foi recorde e destacou que a energia comercializada no ambiente de contratação livre chegou a 43% do consumo de eletricidade do País na média anual em 2024. E fez referência principalmente à entrada em vigor da Portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia (MME).

A medida concedeu o direito de escolher o fornecedor de energia elétrica a todos os consumidores do Grupo A, composto por aqueles atendidos em média e alta tensão, a partir de janeiro de 2024. Segundo Ferreira, muitas empresas se movimentaram antes dessa abertura, prospectaram mercado e informaram consumidores dessa opção de migração.

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“Há uma curva de aprendizado por parte do consumidor, conforme aumentam os casos de migrações ao mercado livre e a informação se dissemina. A expectativa é que a adesão de consumidores ao mercado livre de energia siga crescendo de forma significativa, em todos os estados do Brasil, focado agora nos consumidores de menor porte”, declarou.

Os dados da Abraceel mostram que, em 2024, nenhum estado esteve à frente de Minas Gerais em participação do ACL no consumo mensal de energia. Somente o Pará teve percentual igual ao Estado na eletricidade demandada mensalmente proveniente do mercado livre. Os dois estados são seguidos por Paraná (46%), Maranhão (45%), Espírito Santo (43%), São Paulo (42%), Santa Catarina (40%), Bahia (38%) e Rio Grande do Sul (36%).

Mercado livre impulsiona energia renovável e quase dobra faturamento

O mercado livre de energia no País tem se destacado também na utilização de fontes renováveis. No passado, o ACL absorveu 58% de toda a eletricidade gerada por usinas eólicas, 79% das usinas solares, 81% das usinas a biomassa e 57% das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Grande parcela do consumo do mercado livre é atendido também por grandes hidrelétricas (UHEs), o que faz com que praticamente toda a matriz do ambiente livre seja renovável.

A atividade de comercialização de energia no Brasil registrou um faturamento exclusivo de aproximadamente R$ 193 bilhões. Trata-se de quase o dobro do faturamento registrado em 2023, com um crescimento de 93%. Este valor não considera impostos, encargos e tarifas de uso do sistema de distribuição e transmissão.

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