Mercado livre de energia tem potencial em MG

Minas Gerais é o segundo Estado com maior potencial de unidades consumidoras (UCs) que podem migrar do mercado cativo de energia para o mercado livre. É o que aponta um estudo feito pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que mapeou, em todo o Brasil, consumidores não residenciais que, sozinhos ou associados, demandam cargas a partir de 500 kilowatt (kW).
Somente em Minas, 10.300 consumidores já estão aptos a migrarem, sendo 55% deles indústrias e 22% representantes do segmento comercial, como grandes lojas, redes de supermercado e shopping centers. Entre essas unidades potenciais, 1.200 delas pertencem à categoria rural. Atualmente, no Estado, cerca de 2.425 mil UCs já fazem parte desse modelo de contratação.
Na avaliação regional, em volume de unidades consumidoras, Minas Gerais ocupa o segundo lugar, atrás de São Paulo, com mais de 17,6 mil UCs e à frente do Rio Grande do Sul, com mais de 7,3 mil UCs. Nesse sentido, vale ressaltar que, no País, há um total de 70 mil unidades consumidoras que respondem aos critérios estabelecidos para a migração.
Para o gerente da área de informações ao mercado da CCEE, Ricardo Gedra, entre as vantagens que essas unidades poderiam conferir está a otimização de custos, já que, no mercado livre, os consumidores negociam diretamente com as comercializadoras e geradoras de energia, que, por concorrerem entre si pelos clientes, praticam custos mais atrativos e buscam a eficiência operacional para conquistar o mercado.
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No entanto, as empresas que desejam migrar devem ficar atentas às particularidades do mercado livre. O especialista da CCEE lembra que, por se tratarem de negociações bilaterais entre consumidores e fornecedores, o processo envolve riscos naturais. “Um exemplo disso é que se tivermos altas expressivas no preço da energia, isso pode ter um impacto financeiro para o consumidor nesse ambiente e que, por algum motivo, tenha parte de seu consumo descontratado”, pontua Ricardo Gedra.
Comercializadoras varejistas
Com o objetivo de diminuir essa insegurança que pode afastar consumidores de pequeno porte e que não têm assessoria específica e fomentar negócios baseados nos conhecimentos necessários para adentrar ao mercado livre de energia, a CCEE defende o papel do comercializador varejista.
“Essa figura, que já existe no Brasil, pode auxiliar o consumidor de menor porte a gerenciar seu risco e a operar no mercado. O comercializador varejista é uma categoria criada para desburocratizar o processo de compra e venda de energia elétrica no mercado livre. Ele pode representar o consumidor na CCEE, intermediar a compra e assumir riscos que o ambiente de livre negociação oferece justamente por ser livre, por permitir a negociação direta com os fornecedores”, explica o gerente da CCEE.
De forma analógica, Ricardo Gedra explica que o comercializador varejista atua como um fundo de investimentos, no qual o investidor delega à empresa contratada a função de comprar ações e acompanhar diariamente a bolsa de valores, sendo essa, portanto, uma forma de garantir a administração especializada dos serviços requeridos.
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