Economia

Mais de 1,6 mil consumidores migraram para o mercado livre de energia este ano em Minas Gerais

Dados são da CCEE entre janeiro e novembro deste ano; Minas Gerais perde apenas para São Paulo e Paraná em novos consumidores
Mais de 1,6 mil consumidores migraram para o mercado livre de energia este ano em Minas Gerais
Regiões Sudeste e Sul do País continuam mantendo a maior base de consumidores deste tipo de mercado e, juntas, receberam mais de 14 mil clientes | Foto: Reprodução Adobe Stock / ABCDstock

Minas Gerais recebeu mais de 1,6 mil novos consumidores no mercado livre de energia entre janeiro e novembro deste ano, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No Brasil, a CCEE registrou a entrada de 20.586 novos consumidores para este ambiente, sendo Minas responsável por 8,1% deste total.

Ao todo foram 1.687 novos consumidores no Estado, perdendo apenas para São Paulo (5.862) e o Paraná (2.119). Em função disso, as regiões Sudeste e Sul continuam mantendo a maior base de consumidores e, juntas, receberam mais de 14 mil clientes, com destaque para São Paulo, com quase 6 mil adesões. Veja no mapa abaixo:

Fonte: Reprodução CCEE

Segundo o consultor de mercado de energia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Sérgio Pataca, a queda era esperada já que em 2024 houve a ‘grande corrida do ouro’. “O mercado teve abertura total em 2024, qualquer consumidor em alta tensão poderia migrar para o mercado livre. Dessa forma, a gente já esperava uma sobra dos que não migraram ano passado, para este ano”, diz.

No mercado livre, os clientes escolhem os fornecedores e o tipo de fonte que querem contratar em busca de redução de custos. No entanto, no Brasil, ele está disponível apenas para os consumidores conectados em alta tensão.

A liberação para toda a sociedade, incluindo residências, está sendo liberada respeitando um cronograma de migração dos consumidores de baixa tensão. Em até 24 meses será liberado para indústria e comércio (de baixa tensão) e até 36 meses para residências.

Para o ano que vem, Pataca alega que as migrações tendem a ser menores. “Até abrir novamente o mercado, agora, para o grupo B – o que deve acontecer em 2027 – a gente espera que as migrações para o mercado livre tendem a ser menores até a migração em 2027. Isso porque realmente não haverá novos migrantes”.

Já o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Alexandre Ramos, acredita que em 2026 haverá continuidade do crescimento do mercado livre de forma estruturada e sustentável. “A aprovação da Lei 15.269 estabeleceu um cronograma claro para a abertura integral do mercado, ampliando a confiança dos agentes e preparando o ambiente para a entrada gradual de consumidores de baixa tensão”.

No Brasil, o mercado livre de energia reúne mais de 82 mil casas e empresas, sendo responsável por aproximadamente 43% do volume total de eletricidade consumida no País inteiro. Volume que deverá aumentar até a conclusão das migrações.

Setores de comércio e serviço lideram crescimento no ano

De janeiro a novembro, os setores de serviços e comércio foram os que mais aderiram ao mercado no Brasil. Foram 6.478 novas unidades consumidoras no setor de serviços e 3.945 no setor de comércio. Segundo Sérgio Pataca, no Estado, a porcentagem segue semelhante.

O presidente do Conselho de Administração da CCEE acredita que são duas áreas de grande representatividade no ambiente do mercado livre, em função da capilaridade de negócios e com características que favorecem a migração. “Elas possuem grande número de unidades consumidoras elegíveis e forte sensibilidade a custos operacionais”.

O consultor da Fiemg acrescenta ainda que com a abertura total em 2024 que retirou o limite da demanda em alta tensão, aqueles que não puderam entrar no primeiro momento, migraram em massa na abertura.

“As indústrias já estavam enquadradas anteriormente, com a liberação total, empresas com um consumo um pouco mais baixo como supermercados e grandes lojas, só puderam migrar ano passado, daí o volume expressivo nesses segmentos este ano”.

Fonte: Reprodução CCEE

Entre as regiões do Brasil, os números mostram que o mercado livre continua se expandindo fora das capitais e dos grandes centros urbanos. No período analisado, o Nordeste recebeu mais de 3,3 mil novos consumidores, com destaque para Pernambuco, com 547 unidades, e Bahia e Ceará com 837.

Na região Centro-Oeste do País, a CCEE contabilizou mais de 2 mil novos entrantes, com o Mato Grosso reunindo 788 deles. O Norte também migrou aproximadamente 2 mil unidades, sendo a maior parte no Pará.

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