Economia

Mercado livre de energia cresce 78% em Minas Gerais no 1º semestre e atrai pequenas empresas

Padarias, supermercados, hotéis e farmácias estão entre os principais aderentes ao novo modelo de contratação
Mercado livre de energia cresce 78% em Minas Gerais no 1º semestre e atrai pequenas empresas
Foto: Reprodução Adobe Stock

O número de consumidores que migraram para o mercado livre de energia em Minas Gerais cresceu 78% no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que registrou 1.181 novas migrações no Estado entre janeiro e junho deste ano.

A maior parte dos novos participantes são pequenas e médias empresas, especialmente dos setores de serviços e comércio, como padarias, supermercados, hotéis, farmácias e açougues. Para essas empresas, o principal atrativo é a redução no custo da energia elétrica, além da possibilidade de contratar um fornecimento personalizado, com escolha da fonte energética — como solar ou eólica — e negociação direta de preços.

Segundo a CCEE, o crescimento no número de migrações é resultado da combinação de três fatores:

  • A abertura do mercado livre para todos os consumidores de alta tensão, em vigor desde janeiro de 2024;
  • O aumento da conscientização da população sobre o modelo;
  • Os benefícios do ambiente livre, como autonomia, previsibilidade e competitividade.

“Estamos vivendo um momento importante de democratização do acesso ao mercado livre de energia, e a CCEE tem atuado para garantir que essa transição ocorra com segurança e de forma simples. É uma transformação histórica, que coloca o consumidor no centro do negócio e fomenta a competitividade e a busca por mais eficiência no setor”, afirma o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Alexandre Ramos.

Energia sob medida: como funciona o mercado livre

No ambiente livre de contratação, os consumidores podem escolher seus fornecedores, definir prazos e volumes de energia contratada, além de negociar condições comerciais mais vantajosas. Também é possível optar por fontes renováveis, o que pode beneficiar empresas preocupadas com sustentabilidade.

O modelo está disponível atualmente para unidades com demanda mínima de 2,3 kW, o que equivale a uma conta de luz mensal na faixa de R$ 7 mil. Segundo a CCEE, o mercado livre já representa mais da metade da demanda de eletricidade em Minas Gerais, um dos estados líderes em adesão ao novo modelo.

Expansão para consumidores residenciais

A tendência é que o mercado livre se expanda ainda mais nos próximos anos. A medida provisória 1.300/25, do Ministério de Minas e Energia, prevê a abertura gradual do modelo a partir de agosto de 2026, inclusive para consumidores residenciais.

A CCEE afirma estar preparada para essa ampliação, com investimentos em infraestrutura tecnológica e institucional, além de iniciativas de educação e orientação ao consumidor. No site da entidade, há um guia prático com o passo a passo para a migração ao ambiente livre.

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