Economia

Mercado de loteamentos dispara em Minas com alta de 52% nas vendas

VGV no Estado chegou a R$ 965 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma expansão de 52,9% frente ao mesmo período de 2024
Mercado de loteamentos dispara em Minas com alta de 52% nas vendas
Crédito: Jomar Bragança

A crescente valorização e a alta demanda têm mantido o mercado de loteamentos de Minas Gerais aquecido. No primeiro trimestre deste ano, o setor alcançou R$ 965 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV) no Estado, registrando alta de 52,9% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Os dados são de um estudo encomendado pela Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano de Minas Gerais (Aelo-MG), do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato de Habitação (CMI/Secovi-MG).

De janeiro a março, foram 2.793 unidades vendidas no Estado, um aumento de 66% frente às 1.682 unidades vendidas no mesmo período de em 2024. 

Os resultados também demonstram aumento no volume de lançamentos. Nos três primeiros meses do ano, o Valor Geral de Lançamentos (VGL) aumentou 141%, passando de R$ 527 milhões no primeiro trimestre de 2024 para R$ 1,27 bilhão no mesmo período deste ano.

O diretor financeiro da Aelo-MG, Gustavo Amorim, ressalta que os lotes em condomínios fechados se destacaram e responderam por mais de 90% tanto nas vendas quanto nos lançamentos. De janeiro a março, 92,4% dos lotes vendidos foram de condomínios fechados., fatia que supera o recorde anterior que era do quarto trimestre de 2022, quando eles representaram 70,5% das vendas naquele ano.

Já nos lançamentos, no primeiro trimestre do ano, 93,5% do total também aconteceram em condomínios fechados, o maior resultado da série histórica, iniciada em 2022. 

Conforme Amorim, o sucesso dos condomínios fechados demonstra uma mudança na demanda das famílias mineiras que deve se perpetuar. “Estamos acreditando na demanda constante de lotes por condomínios fechados. Isso tem ocorrido nos últimos anos, principalmente pela exigência dos clientes, que hoje valorizam muito a segurança, a localização dos empreendimentos e a procura por lazer integrado ao meio ambiente”, comenta.

O aquecimento da demanda tem feito os preços subirem. Atualmente, o valor médio de um lote em condomínio fechado em Minas Gerais é R$ 385 mil, um aumento de 6,6% frente à média de preço registrado no ano passado, que foi de R$ 361 mil. Já a média do valor dos lotes em bairros abertos se manteve nos R$ 160 mil. “Essa diferença ocorre principalmente pelos custos inerentes ao desenvolvimento do condomínio fechado e também da localização do terreno. Geralmente, condomínios são construídos em terrenos mais nobres, mais bem localizados nas cidades”, explica.

Das 300 cidades analisadas, o diretor da Aelo-MG destaca Nova Lima como grande palco de novos lançamentos e produtos no primeiro trimestre.

Juros podem comprometer oferta

Na avaliação do diretor da Aelo-MG, a alta taxa de juros praticada atualmente no Brasil pode comprometer a oferta de produtos uma vez que aumenta os custos dos empreendimentos. “Por isso os incorporadores estão migrando para os lotes com tíquete médio um pouco maior”, pontua Amorim.  

Em relação às famílias, ele alerta que os juros corroem parte da renda e deixam menos renda disponível para compra ou investimentos em loteamentos.

Crescimento esperado é de 70%

A onda positiva de bons resultados deve permanecer nos próximos trimestres, segundo o diretor da Aelo-MG, que também é Diretor de Loteamentos do Sinduscon-MG e CEO do Grupo Incorpe Empreendimentos.

Na sua avaliação, os próximos trimestre devem registar média de crescimento de 70%. Amorim explica que historicamente o primeiro trimestre é mais fraco, o que projeta melhores resultados nos próximos meses. “Por questões de aprovações junto às prefeituras, o primeiro trimestre é mais fraco e os lançamentos são acelerados só do segundo trimestre em diante”, ressalta.

O programa de habitação do governo federal Minha Casa, Minha Vida pode contribuir ainda mais para o setor. “O programa ainda não refletiu nesse estudo, mas acreditamos que ele voltando com patamares maiores, possa contribuir muito para o desenvolvimento das cidades, beneficiando ainda mais nosso setor”, prevê.

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