Mercado de panetones está otimista com as vendas neste fim de ano e produto retorna às padarias mineiras

O consumo de panetones no Brasil deve fechar o ano com crescimento entre 3% e 5%. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Kantar, a pedido da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi). O cenário otimista também ocorre no mercado mineiro, com a volta do produto a muitas padarias de Minas Gerais.
O presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Winícius Dantas, avalia que o mercado deverá apresentar bons resultados quanto às vendas, principalmente, neste mês de dezembro. Segundo ele, o aumento nas vendas no Estado deverá ser de até 3% acima da inflação, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
“Esperamos boas vendas, principalmente, para quem se preparou para esse momento e quem possui uma revenda forte e preparou produtos para esse período”, diz Dantas.
Ele relata que as empresas têm se preparado por meio de diferentes tipos de estímulos aos funcionários, como pagamento de comissão e criando expectativas de percentual sobre a venda.
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Outra aposta é a aquisição de novos equipamentos para facilitar a produção. “A tecnologia vem chegando dentro do setor gradativamente”, avalia.
Retorno do panetone às padarias de Minas Gerais
O presidente da Amipão destaca a volta do panetone para dentro de muitas padarias mineiras, uma vez que, durante muitos anos, essas empresas chegaram a abrir mão da produção e apostar na revenda. Todo esse cenário tem dado bons resultados para o setor de panificação.
“Sabemos que os produtos artesanais são, muitas vezes, mais valorizados do que os produtos industrializados das grandes empresas. Este ano temos vendido muito e com muitas encomendas de empresas que optam por dar brindes personalizados a seus funcionários e clientes”, relata Dantas.

Para o presidente da Amipão, um dos fatores que podem ter contribuído para o aumento das vendas do setor é o atual momento da economia brasileira. Com as pessoas enfrentando dificuldades para adquirir bens duráveis, elas acabam destinando mais recursos para o consumo de alimentos.
Contratação de profissionais é um dos gargalos
Quanto a possíveis contratações de novos profissionais temporários para o período, o presidente da Amipão explica que esta tem sido uma das dificuldades enfrentadas pelos empresários desse segmento.
“Estamos tendo muita dificuldade até para adquirir mão de obra recorrente. Isso, com certeza, nos traz certo entrave, mas vamos nos desdobrar para poder atender os clientes”, diz.
Dantas relata que, em 2024, o setor tem perdido muitos profissionais para aplicativos de diversas áreas, como o de transporte de passageiros. “Isso não é ruim apenas para o setor, mas para todo o País. Eu acredito que futuramente isso vai gerar um custo muito alto”, pontua.
Avaliação de 2024 e expectativas para o próximo ano
De forma geral, o presidente da Amipão avalia que o setor de panificação apresentou bom desempenho ao longo deste ano, apesar das dificuldades. Ele lembra que o primeiro semestre foi marcado por algumas dificuldades, como a alta no preço do trigo, mas que se normalizou com o passar dos meses.
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Já a expectativa para 2025 é que o mercado possa se reinventar ainda mais e obter muito sucesso. O especialista destaca que a indústria de panificação é a única que fabrica e vende determinado produto para o consumidor final. “Eu acredito que isso irá proporcionar mais rapidez nas mudanças de paradigmas”, avalia.
Dantas ressalta a criatividade presente no setor e considera que com o apoio de soluções tecnológicas – que têm chegado ao mercado de forma mais lenta – poderá haver respostas mais rápidas para essas mudanças do mercado.
Cenário nacional no mercado de panificação
De acordo com dados do estudo realizado pela Kantar, em parceria com a Abimapi, o mercado de panetones movimentou R$ 953,6 milhões ao longo da última temporada (novembro de 2023 a janeiro deste ano), o que representa um crescimento de 31,5% na comparação com o período anterior.
Já o volume consumido foi de 46.387 toneladas, alta de 8,3%. Além disso, o produto alcançou 37,6 milhões de lares no Brasil.
O presidente-executivo da Abimapi, Claudio Zanão, destaca que os panetones são um símbolo da cultura brasileira e desempenham importante papel para a economia por meio da geração de empregos sazonais, impulsionando a receita das indústrias.
“Além disso, o setor tem se reinventado para atrair os consumidores, com lançamentos que aliam tradição e inovação, desde sabores exclusivos até embalagens diferenciadas,” afirma.
Zanão diz, ainda, que o setor está confiante de que a temporada de 2024 será mais uma oportunidade de fortalecer a conexão do consumidor com o panetone, que já soma 67,7 milhões de pontos de contato em todo o Brasil. “Este produto não é apenas um item de consumo, mas também um elo que une famílias e celebrações,” conclui.
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