Mercado de trabalho em Belo Horizonte impacta positivamente o comércio varejista

O bom desempenho apresentado pelo mercado de trabalho em Belo Horizonte ao longo de 2024 tem impactado positivamente os resultados de vendas do comércio varejista na capital mineira. É o que avalia a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a Capital registrou saldo positivo na geração de empregos entre os meses de janeiro e agosto deste ano, com 30.103 novos postos de trabalho. Durante esse período a cidade registrou 400.887 contratações e 370.784 desligamentos.
Conforme o levantamento realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o setor de serviços gerou um saldo de 22.545 empregos e o comércio contribuiu com 1.274 empregos nos oito primeiros meses do ano.
Em agosto, as admissões somaram 50.437 e os desligamentos, 45.958, gerando um saldo de 4.479. O setor de comércio e serviços, novamente, foi o responsável por gerar o maior estoque de vagas, com um saldo total de 2.522 empregos.
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De acordo com o estudo Termômetro de Vendas, realizado pela CDL/BH, as vendas do comércio varejista de Belo Horizonte cresceram 0,98% em agosto deste ano frente ao mês anterior.
Para o presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva, o aumento da renda em circulação, especialmente pela geração contínua de empregos, tem fomentado o consumo das famílias neste ano.
“Além disso, os reflexos dos programas de renegociação de dívidas têm permitido que muitos consumidores voltem ao mercado de consumo. A tendência é que isso mantenha a atividade econômica aquecida e impulsione a demanda por bens e serviços nos próximos meses”, avalia.
Ele ainda destaca que a taxa de desemprego registrada no segundo trimestre é a menor dos últimos dez anos na capital mineira. “Em agosto, também tivemos um saldo muito positivo. Essa estabilidade tem gerado um reflexo positivo nas vendas do comércio varejista”, completa.
Vendas por segmento em Belo Horizonte
No acumulado entre os meses de janeiro e agosto, a atividade do comércio varejista de Belo Horizonte se manteve estável, registrando um avanço de 0,87%.
Os segmentos que mais cresceram foram: Vestuário e Calçados (4,55%), Drogarias e Cosméticos (4,36%) e Supermercados (3,29%).

A economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, explica que esses grupos são mais resilientes às mudanças econômicas. Além disso, por não serem tão dependentes de crédito e comercializarem itens essenciais, conseguem realizar mais vendas em períodos mais curtos.
“As compras nesses setores são geralmente feitas com frequência (semanal ou mensal), e os valores das compras costumam ser menores e mais acessíveis em comparação a outros setores, o que faz com que muitas pessoas paguem com dinheiro ou cartão de débito, sem necessidade de crédito”, descreve.
Já os setores que apresentaram os melhores desempenhos na comparação entre agosto e julho deste ano foram: Supermercados (6,98%), Drogarias e Cosméticos (5,56%) e Papelarias e Livrarias (4,02%).
Outros segmentos que também registraram variação positiva no período foram: Vestuário e Calçados (2,98%), Veículos e Peças (2,12%), Material Elétrico e de Construção (1,13%) e Artigos Diversos, que incluem brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, bicicletas e instrumentos musicais (1%).
Por outro lado, o grupo de Informática apresentou uma desaceleração de 1,1% frente ao observado no mês de julho.
O levantamento realizado pela CDL/BH também aponta para um avanço de 1,01% nas atividades do setor varejista da Capital em agosto deste ano frente ao mesmo mês de 2023. Segundo o estudo, esse desempenho positivo foi possível devido a um cenário favorável aos padrões de consumo no período, especialmente em função do Dia dos Pais.
“As datas comemorativas promovem um aquecimento das vendas e, com o aumento da renda disponível, em função do bom momento do mercado de trabalho, o resultado deste ano foi ainda melhor”, destaca Souza e Silva.
Na comparação anual, os segmentos de Supermercados (3,3%), Papelarias e Livrarias (2,78%), Drogarias e Cosméticos (2,03%) e Vestuário e Calçados (1,95%) foram os que apresentaram os melhores desempenhos no comércio varejista de Belo Horizonte.
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