Mercado de seminovos avança 19,1% em novembro e projeta recorde de vendas
O mercado de veículos seminovos e usados em Minas Gerais segue em ritmo acelerado e caminha para encerrar 2025 com volumes históricos de vendas. Em novembro, o setor comercializou 181,2 mil unidades, um aumento de 19,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializados 152,1 mil veículos.
O volume representa uma média diária de 9.539 unidades. No acumulado do ano, o Estado já comercializou 2,1 milhões de veículos, um avanço de 22,3% em comparação com 2024. Os dados são da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).
Em Belo Horizonte, o desempenho do setor também foi destaque e reflete os bons números estaduais. Em novembro, a capital mineira registrou 44,7 mil transações, 15,2% a mais frente ao mesmo mês em 2024. Já no acumulado do ano, foram registradas 614,3 mil transações, um crescimento de 29% em relação a 2024.
Entre os modelos mais vendidos em Minas Gerais, o Volkswagen Gol liderou com 9.908 unidades negociadas, seguido pelo Fiat Palio (6.878) e o Fiat Uno (6.348). Em Belo Horizonte, o Gol também ficou em primeiro lugar, com 1.613 unidades vendidas, seguido pelo Palio (1.537) e o Uno (1.270).
O presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg), Glenio Junior, ressalta que os resultados superaram as expectativas da própria entidade. “No início do ano, esperávamos atingir 2 milhões de transações em Minas no segmento. Hoje, projetamos ultrapassar 2,3 milhões até dezembro”, observa.
Parte do desempenho positivo pode ser atribuído à atual dinâmica do mercado de veículos novos, que passa pelo desafio de custos elevados, que acabam sendo repassados ao consumidor. “O carro zero quilômetro não conseguiu alavancar vendas no patamar esperado e com isso o seminovo se tornou um holofote para o consumidor”, argumenta.
Em destaque, as vendas de seminovos com até três anos de uso conquistaram a preferência do consumidor, especialmente aquele que procura por modelos modernos, com condições especiais, como garantia de fábrica, baixa quilometragem e impostos pagos. “Esses diferenciais se tornaram um atrativo e muitos veículos conseguem ser vendidos acima do preço de tabela”, acrescenta o dirigente.
Outra vertente popular são os veículos usados acima de 12 anos, cujos modelos são tradicionais e cabem no bolso do consumidor. “A população perdeu poder aquisitivo, mas o mercado segue robusto porque há financiamento. No caso dos carros mais antigos, o crédito é mais seletivo, exige entrada maior e tem juros mais altos, ainda assim, a oferta existe e mantém o segmento aquecido”, avalia Glenio Junior.
Com eleições e altos juros, expectativas são ponderadas para 2026
Para 2026, as expectativas são otimistas, embora mais ponderadas. O setor espera manter o bom ritmo de vendas, porém um eventual crescimento é analisado com cautela por se tratar de um ano com juros ainda elevados somado ao período eleitoral.
“Esperamos que, mesmo em um ano eleitoral, a economia se mantenha estável, que a taxa de juros comece a cair e que os empregos continuem crescendo. São fatores essenciais para sustentar o nosso volume de vendas em 2025”, finaliza o dirigente.
Ouça a rádio de Minas