Economia

Mercedes-Benz abre conversas para demitir 3.600 funcionários no ABC

Mercedes-Benz abre conversas para demitir 3.600 funcionários no ABC
Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker

São Bernardo do Campo – A Mercedes-Benz iniciou, ontem, as negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para a demissão de 3.600 funcionários na fábrica em São Bernardo do Campo (ABC).

As propostas deveriam ser apresentadas ainda ontem aos trabalhadores em assembleia. A empresa anunciou os cortes na terça-feira (6) à tarde e pegou os funcionários de surpresa. Serão desligados 2.200 funcionários diretos e 1.400 terceirizados.

Inaugurada em 1956, a unidade tem hoje 10,4 mil funcionários e é a maior planta da empresa fora da Alemanha. Segundo a montadora, as demissões fazem parte de um processo de reestruturação para concentrar esforços no que é demandado pelo mercado atualmente.

Na porta da fábrica, o clima era de apreensão. Profissionais aceitaram falar com a reportagem apenas sob anonimato. A maioria teme ser demitida.

O terceirizado Evandro Portela, 38 anos, lamenta. “Não serei afetado diretamente, mas a gente fica muito chateado pelos companheiros”, diz.

Portela trabalha em uma empresa que fornece alimentos para o restaurante e diz esperar mudanças futuras para que a economia da região volte a crescer. “É preciso olhar para os trabalhadores, é a gente que move esse País”.

José Pedro de Melo, 60, proprietário de uma banca em frente à fábrica há 28 anos, diz que já viu muita movimentação de corte de trabalhadores nesse período.

“Eu comecei aqui quando a empresa tinha 25 mil funcionários. Hoje, não tem nem metade. Não perco muito, porque sempre tem movimento, mas o bairro está acabando”, afirma.

O bairro é Pauliceia, cortado pela rodovia Anchieta, polo onde está a Mercedes e que abrigou a antiga fábrica da Ford, fechada em 2019. (Cristiane Gercina)

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