Economia

Mercedes-Benz estende layoff em Juiz de Fora até 31 de agosto

Suspensão dos contratos de trabalho de parte dos colaboradores começou em maio e estava prevista para se encerrar no fim deste mês
Mercedes-Benz estende layoff em Juiz de Fora até 31 de agosto
Unidade da Mercedes-Benz em Juiz de Fora tem 300 trabalhadores com os contratos suspensos | Crédito: Divulgação / Mercedes-Benz

A Mercedes-Benz do Brasil vai estender até 31 de agosto o layoff aplicado a parte de seus colaboradores da fábrica de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. A planta é responsável por produzir as cabines de caminhões da marca. De acordo com a montadora, a medida será prorrogada em razão do atual nível de demanda de veículos comerciais no mercado brasileiro.

Em nota, a fabricante salientou que é importante esclarecer que a produção da unidade não se encontra totalmente paralisada. A companhia afirmou que está operando com um turno e ajustando o volume de fabricação. Embora a empresa não revele o número de funcionários sob o regime, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região (Stim-JF), Fernando Rocha, disse à reportagem que são cerca de 300 pessoas com contratos de trabalho suspensos.

Segundo Rocha, o acordo de prolongamento da medida já foi assinado pelo sindicato. Conforme ele, a princípio a Mercedes-Benz iria substituir os colaboradores que já estavam temporariamente em layoff por outros que permaneciam trabalhando na planta. No entanto, preferiu prolongar por mais um mês as suspensões e, acreditando em uma possível melhora nas vendas a partir de setembro, a unidade mineira voltará a operar de forma integral do dia 1º em diante.

“O resto de julho e todo o mês de agosto eles estarão rodando em um turno somente. E a partir de setembro, volta a produção normal com os dois turnos operando”, disse o diretor do Stim-JF.

Layoff na fábrica de São Bernardo do Campo também será ampliado

A montadora também estenderá o layoff adotado na sua principal fábrica no Brasil, a de São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista. No mesmo local são produzidos chassis de ônibus, caminhões e agregados, sendo que a medida impacta somente a produção dos dois últimos. Assim como a de Juiz de Fora, a suspensão dos contratos de trabalho na planta de São Paulo se iniciou na data de 2 de maio e tinha previsão para serem finalizados neste mês.

Na época do anúncio, a Mercedes-Benz informou que, no começo de 2023, já previa uma queda do mercado interno de veículos comerciais em função do Euro 6, que dispõe de novas regras para a produção. E, no decorrer do primeiro trimestre, devido aos juros elevados e dificuldades na concessão de financiamentos, observou uma demanda ainda menor do que o previsto para o ano.

Diante desses fatores, a companhia ressaltou que decidiu adotar o layoff nas duas fábricas como uma ação adicional ao que já vinha sendo feito. Isso porque, antes da suspensão temporária dos celetistas, a fabricante já havia concedido férias coletivas parciais aos funcionários, entre abril e maio, além de semanas reduzidas de trabalho conforme necessidades das áreas.

Montadora vendeu seis caminhões com o programa do governo

Apesar dos reajustes de produção das fábricas, Mercedes-Benz anunciou, na semana passada, que vendeu seis caminhões extrapesados no âmbito do programa de renovação de frota do governo federal. A iniciativa do Executivo brasileiro visa estimular o mercado automotivo ao criar um mecanismo de descontos para facilitar a compra de veículos novos e mais sustentáveis.

Além dos caminhões, a fabricante comercializou 110 ônibus, entre modelos urbanos e rodoviários. Foram as primeiras grandes vendas do programa, uma das esperanças das montadoras para retomarem os bons resultados e do governo para aquecer o setor.

É válido destacar que a medida terá duração até setembro ou enquanto durarem os subsídios, de R$ 1 bilhão. Até o último balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), na sexta-feira (14), foram requisitados pelas fabricantes, R$ 100 milhões dos R$ 700 milhões disponíveis para caminhões e R$ 140 milhões de R$ 300 milhões para ônibus.

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