Economia

Mercedes-Benz inicia layoff em Juiz de Fora de olho em queda da demanda

Suspensão de contrato de trabalho de parte dos funcionários da planta deve durar, a princípio, dois meses
Mercedes-Benz inicia layoff em Juiz de Fora de olho em queda da demanda
Crédito: Mercedes-Benz/Divulgação

A Mercedes-Benz do Brasil suspendeu o contrato de trabalho de parte dos funcionários da planta de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. O layoff teve início nessa terça-feira (2) e deve durar, a princípio, dois meses. A medida visa a gerenciar a queda na demanda, superior à expectativa para este início de ano, e diminuir os prejuízos da companhia.

A informação é do diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região (Stim-JF), Fernando Rocha. Segundo ele, a montadora encerrou, em um primeiro momento, o terceiro turno de trabalho, e, agora, o segundo turno, por conta do layoff, está suspenso. A unidade é responsável por produzir as cabines de todos os modelos de caminhões da marca.

“A produção está muito baixa. Devido a essa taxa de juro muito alta, não está sendo vendido a quantidade que se foi esperada pela empresa. Ainda vem o agravante que é a implantação do Euro 6 (novas regras para produção), que traz um novo modelo de caminhão e que torna ele mais caro. Então a venda foi muito abaixo. Por isso que foi tomado a princípio as medidas de licenças remuneradas, depois férias coletivas e, por fim, até agora, o layoff”, afirma. 

Ainda segundo o diretor, a entidade representante dos trabalhadores e a fabricante de veículos assinaram o acordo na semana passada. A medida já estava em negociação desde abril, quando houve assembleias dentro da fábrica para debater o assunto.

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Férias coletivas 

No fim de março, a montadora anunciou que daria férias coletivas para uma parcela dos colaboradores da fábrica da Zona da Mata. A medida ocorreria no período entre os dias 3 de abril e 2 de maio. Na época, o diretor do sindicato disse ao DIÁRIO DO COMÉRCIO que a iniciativa impactaria, ao todo, 100 profissionais. 

Já a Mercedes-Benz informou que a necessidade de ajuste no programa de produção resultava da falta de componentes na indústria automotiva global e nacional. E que a interrupção da produção também ocorria em função da adequação dos volumes de vendas de veículos comerciais para o mercado interno e externo. 

Planta paulista também aplicou medidas

Da mesma forma que em Juiz de Fora, a Mercedes-Benz impôs férias coletivas e layoff na planta de São Bernardo do Campo, em São Paulo. A fábrica do ABC paulista produz caminhões, chassis de ônibus, cabines e agregados, como motores, câmbios e eixos.

As férias coletivas também começaram em 3 de abril, indo até 2 de maio. Já a suspensão temporária dos contratos, que contempla 1.200 trabalhadores da unidade paulista e se iniciou neste mês, deve durar de dois a três meses.

Posicionamento

A Mercedes-Benz confirmou à reportagem a suspensão temporária dos contratos de trabalho, porém não informou quantos trabalhadores foram atingidos.

Em nota, a montadora reiterou que, no começo de 2023, já previa uma queda do mercado interno de veículos comerciais em função do Euro 6. Porém, no decorrer do primeiro trimestre, em razão de juros elevados e dificuldades na concessão de financiamentos, observou uma demanda ainda menor do que a projeção para este ano.

“Diante disso, a empresa concedeu férias coletivas parciais aos colaboradores das fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG), entre 3 de abril e 2 de maio, além de semanas reduzidas de trabalho conforme necessidades das áreas. Como ação adicional, a companhia está adotando layoff por período de 2 a 3 meses a partir de maio também para as duas fábricas”, disse.

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