Economia

Metanol: Associação Médica faz alerta ‘urgente’ e pede que sociedade denuncie venda ilegal

Entidade ainda cobra mais fiscalização e responsabilização dos envolvidos na produção e venda de bebidas adulteradas
Metanol: Associação Médica faz alerta ‘urgente’ e pede que sociedade denuncie venda ilegal
Foto: Biodiesel Brasil

Após a confirmação de uma morte e a abertura de investigação sobre outras sete por ingestão de bebida alcoólica contaminada com metanol no Brasil, a Associação Médica Brasileira (AMB) fez um alerta “urgente”, nesta sexta-feira (3), sobre os riscos à saúde causados pela substância tóxica.

O metanol é um tipo de álcool utilizado na produção industrial, mas que é proibido para consumo humano pois é convertido no organismo em substâncias altamente tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, que afetam o sistema nervoso central e os nervos ópticos. De acordo com a entidade, sua ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode provocar efeitos graves e fatais.

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“Estamos lidando com uma ameaça real à vida. O consumo de bebidas adulteradas com metanol pode causar desde náuseas e dores de cabeça intensas até cegueira irreversível, falência múltipla de órgãos e morte. O perigo é invisível. O risco, fatal”, afirmou o Diretor Científico da AMB, José Eduardo Dolci.

Conforme o especialista, a intoxicação por metanol pode se manifestar entre 12 e 24 horas após a ingestão, e tem como os principais sintomas:

  • Náuseas, vômitos e dores abdominais;
  • Visão turva, fotofobia ou perda completa da visão;
  • Confusão mental, sonolência e coma;
  • Insuficiência respiratória;
  • Em casos graves, pode levar à morte em poucas horas sem atendimento médico adequado.

Orientações da AMB para o momento “urgente”

  • Evitar bebidas sem procedência clara, rótulo, lacre ou registro nos órgãos reguladores;
  • Adquirir bebidas alcoólicas apenas em pontos de venda confiáveis;
  • Procurar atendimento médico imediato em caso de suspeita de ingestão contaminada;
  • Denunciar às autoridades locais suspeitas de comércio ou produção ilegal de bebidas.

Diante da situação, a Associação Médica Brasileira defende a intensificação da fiscalização sanitária e criminal, a responsabilização civil e penal dos envolvidos na produção e distribuição de bebidas adulteradas e a realização de campanhas educativas para informar a população sobre os riscos do consumo de bebidas ilegais.

“Vidas estão sendo perdidas por crimes que poderiam ser evitados. Falta fiscalização. Isso é inaceitável”, concluiu o diretor da entidade.

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