Contaminação por metanol: veja como identificar bebidas falsificadas

Diante do cenário preocupante envolvendo bebidas alcoólicas contaminadas com metanol, substância tóxica que pode levar à morte, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) divulgaram orientações sobre como empreendedores, e até mesmo consumidores, podem diferenciar bebidas falsificadas de produtos autênticos.
As informações foram repassadas pelo head de Proteção às Marcas e Segurança Corporativa da Diageo, Daniel Monferrari, e envolvem dicas para identificação de sinais de adulteração em garrafas, tampas, rótulos e líquidos. Veja as principais:
- A análise começa pela tampa, que é considerada o principal ponto de segurança dos produtos: a tampa original apresenta acabamento preciso, sem amassamentos ou espaçamentos, e com arte impressa de alta qualidade;
- A presença de lacres plásticos sobrepostos a tampas decoradas é um forte indicativo de adulteração;
- O selo fiscal, obrigatório em bebidas destiladas importadas e produzido pela Casa da Moeda, possui holografia progressiva que revela apenas uma letra por vez — R, F ou B. Assim, se todas as letras forem visíveis simultaneamente, há a possibilidade do selo ser falsificado;
- A avaliação do líquido também é importante: a orientação é que garrafas da mesma marca tenham o mesmo nível de enchimento, além de líquidos translúcidos, sem impurezas. Por isso, diferenças de coloração entre unidades idênticas podem indicar falsificação;
- Os rótulos e contra rótulos precisam ser cuidadosamente checados: produtos legítimos apresentam impressão de alta qualidade, com informações obrigatórias em português, como ingredientes, origem e número de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Além disso, erros de grafia são considerados sinais claros de falsificação.
Outro ponto levantado por Monferrari é a importância de que empreendedores façam o descarte correto das garrafas vazias. Isso porque, segundo o especialista, 100% das bebidas falsificadas identificadas em operações policiais foram envasadas em garrafas originais reutilizadas.
“Por isso, recomenda-se que bares e restaurantes adotem políticas de descarte que incluam a destruição ou descaracterização dos rótulos, evitando que embalagens legítimas sejam reaproveitadas por falsificadores”, informou a Abrasel, em nota.
A entidade sugeriu que os donos de bares e restaurantes procurem conhecer os programas de destinação correta de garrafas, como os Eco Pontos e Eco Gestos, que são alternativas seguras para o descarte responsável.
Orientações estão sendo repassadas em treinamentos
As dicas para empreendedores conseguirem diferenciar bebidas falsificadas de produtos autênticos têm sido repassadas em uma série de treinamentos on-line, gratuitos e com certificado, oferecidos pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe).
Somente na primeira semana de workshops, segundo as entidades, mais de duas mil pessoas participaram dos treinamentos. Os próximos eventos serão nas seguintes datas e horários:
- Segunda (06/10), às 10h e às 15h;
- Terça (07/10), às 10h e às 15h;
- Quarta (08/10), às 10h e às 15h.
Saiba mais informações sobre os treinamentos aqui.
Sobre a capacitação, o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, disse que as entidades do setor assumiram “a responsabilidade de orientar os estabelecimentos sobre como agir em casos suspeitos, reforçando que a prevenção começa com informação correta”.
“O objetivo do treinamento é orientar sobre os sinais de adulteração e protocolos de segurança, para que nenhum bar ou restaurante seja vítima de falsificadores e, principalmente, para proteger a saúde da população”, declarou o gestor.
O presidente da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), Eduardo Cidade, reforçou a importância de separar o setor produtivo formal, que cumpre padrões rígidos de qualidade, segurança e conformidade regulatória, da atuação criminosa do mercado ilegal.
“A expansão desse mercado no Brasil não apenas coloca em risco a saúde da população. Um produto ilegal é vendido, em média, 35% mais barato do que o original e a diferença pode chegar até 48%, resultado da alta carga tributária do setor e da impunidade, que estão entre os principais fatores que estimulam o comércio ilícito”, encerrou.
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