Metha fecha parceria com usina na RMBH

O consumo de energia elétrica e a utilização de fontes alternativas e renováveis têm se consolidado como uma forma de fácil alcance para aquelas pessoas que querem se juntar a um movimento de mudança de comportamento em benefício do meio ambiente. Ao mesmo tempo, o aumento na fatura de energia provocado pela situação de escassez hídrica, que durante todo o ano passado e início deste exercício forçou a cobrança de taxas extras na conta, também é fator determinante para que cada vez mais clientes migrem para o mercado de geração distribuída.
Nesse contexto, a startup mineira Metha Energia, que tem sua atuação focada na distribuição, cresceu cerca de 10 vezes entre 2020 e 2021. Hoje, a base da empresa conta 75 mil clientes. O papel principal da empresa é gerir usinas solares fotovoltaicas e de biogás proveniente de resíduos das atividades de suinocultores para que a energia obtida em fontes limpas chegue a novos consumidores.
Mais recentemente, a empresa passou a fazer a conexão de clientes residenciais de todo o Estado com uma usina de biogás obtida no aterro sanitário de Sabará, que recebe o lixo do próprio município e de vizinhos, como é o caso de Belo Horizonte. A planta, construída pela Asja Brasil, utiliza os gases gerados no lixo, por meio fermentação anaeróbica dos resíduos, para alimentar motores responsáveis pela transformação do biogás em energia elétrica. Antes de serem transformados em energia elétrica, são separados do chorume. Este, por sua vez, é enviado durante o processo ao sistema de esgoto para tratamento.
Segundo o sócio-fundador e diretor de Novos Negócios da Metha Energia, Diego Fraga, a energia gerada em aterros sanitários se destaca em meio a outras fontes porque não há dependência de condições climáticas no processo. “A eficiência é muito maior e a geração pode chegar a quatro vezes mais energia que no caso da solar fotovoltaica. No aterro sanitário, a produção ocorre durante 24 horas, nos sete dias da semana”, aponta Fraga.
Conexão de clientes
Diego Fraga também explica que a Metha Energia tem um papel de intermediar as duas pontas do processo de geração distribuída: conectar clientes e captar projetos de investidores que, assim como a startup, entendem que energias renováveis fazem parte de um mercado promissor e necessário.
A Metha Energia, portanto, não faz o investimento direto na usina ou a constrói, mas busca parceiros no mercado, entre fundos de investimentos e empresários, e atua de forma intermediária. Esse modelo foi pensado justamente para que a ampliação do negócio não sofresse com eventual lentidão na captação de recursos para a implantação, mas aproveitar um terreno fértil, que são os investimentos em energias renováveis, em acessibilidade para os clientes e os descontos que podem chegar em 15% na fatura do mês.
Outro ponto-chave é a descarbonização do mercado de geração de energia elétrica e o reaproveitamento de matérias como o lixo para a produção do insumo. Com a possibilidade de atender 13 mil famílias mineiras com a energia do aterro, somente para essa parcela de clientes é possível evitar a emissão de 1,2 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera por mês, informa a Metha.
Além disso, Diego Fraga ressalta que o papel da Metha Energia também tem sido de conscientizar a população sobre os benefícios do biogás e de outras fontes. “A energia não pode ser vista apenas como um boleto no final do mês. Ela deve ser vista como mais uma possibilidade de se contribuir para a sustentabilidade”, afirma.
Nesse mesmo sentido, ele lembra que a empresa iniciou com a operação de biogás com resíduos da suinocultura que eram utilizados apenas para suprir a demanda da própria fazenda onde os biodigestores foram instalados. Posteriormente, a empresa conseguiu garantir rentabilidade a partir da comercialização da energia excedente e que era injetada à rede.
Planos da Metha
Ainda neste primeiro semestre, a Metha Energia tem como objetivo garantir que essa conscientização chegue a novos estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, além do Distrito Federal. Mas, até 2023, os planos são ainda mais promissores e robustos: a empresa quer ganhar espaço em todo o território nacional para conectar mais pessoas à geração distribuída.
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