Economia

Minas Gerais tem o segundo maior mercado consumidor de e-commerce do País

Vendas das empresas do Estado chegaram a R$ 23 bilhões no ano passado
Minas Gerais tem o segundo maior mercado consumidor de e-commerce do País
Minas também é o segundo lugar de onde mais saem as vendas para outras unidades federativas | Crédito: Reprodução Adobestock

As empresas de comércio eletrônico de Minas Gerais venderam, em 2023, um total de R$ 23 bilhões. O número coloca o Estado na segunda posição do ranking dos maiores consumidores do País, respondendo por uma fatia de 11,3%. As informações foram divulgadas pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

De acordo com o estudo produzido com base em relatórios de transações de notas fiscais do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional, ligado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio (Mdic), números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e em números coletados pela própria FecomercioSP, o estado mineiro cresceu 3% em 2023 se comparado com o ano anterior. 

No mesmo período, o mercado de e-commerce paulista encolheu pela primeira vez em sete anos, com queda de 1,6% entre 2022 e 2023, movimentando R$ 67 bilhões ante R$ 68,1 bilhões no ano anterior. Queda que para o assessor econômico da entidade, Guilherme Dietze, não tem efeito negativo.

Aportes no Estado – Sobre Minas Gerais, ele comenta que o Estado recebeu investimentos de logísticas que vieram depois do crescimento paulista e que pela proximidade, também atende o mercado de São Paulo.

A economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins, destaca que esses investimentos e a localização privilegiada de Minas Gerais, que conta com uma das maiores malhas rodoviárias do País, torna o Estado um importante impulsionador do e-commerce.

Para ela, o futuro do Estado no e-commerce é promissor, já que, além dos investimentos em infraestrutura e a localização geográfica estratégica na região Sudeste, Minas Gerais se beneficia também dos efeitos positivos observados em todo o País, como o mercado de trabalho aquecido e a maior disponibilidade de renda entre as famílias. “Desta forma, toda a estrutura econômica é impactada de maneira positiva, trazendo benefícios para o comércio físico e on-line”, disse.

Após o salto na pandemia, quando o setor chegou a crescer 80,9% no País, entre 2019 e 2020, as taxas de elevação das vendas têm arrefecido anualmente. Para 2024, o economista da projeta um novo recorde já que na visão dele, o ano está mais favorável. “O desemprego está no nível mais baixo da história, você tem uma alta de rendimento, ou seja, o dinheiro disponível do trabalhador é o mais alto que já teve, a inflação está controlada, teve uma deflação em alguns meses. Tudo isso permite o avanço do poder de compra”, diz.

 O crédito facilitado também contribui com o crescimento. “Prova que o crédito contraído pelas famílias está crescendo em 30%. Então, isso ajuda a entender porque o comércio físico está crescendo em 5% e tem sido beneficiado, fatores que deverão refletir no comércio eletrônico também”.

MG é o segundo estado que mais emite mercadorias para o Brasil

O estado mineiro também é o segundo lugar de onde mais saem as vendas para outras unidades federativas, levando em conta apenas transações realizadas por empresas sediadas no Brasil e entre empresas e consumidores.

Conforme o estudo da FecomercioSP foram R$ 25,29 bilhões em emissões de mercadorias para outros estados, representando 12,3% da participação nacional. Desse montante, R$ 7,2 bilhões foram emitidos apenas para o consumidor paulista. 

A entidade paulista atribui o feito aos investimentos realizados na divisa com São Paulo, “permitindo que o estado [mineiro] usufrua do mercado consumidor paulista”.

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