Minas arrecada R$ 170 milhões com a venda de imóveis públicos ociosos em todo o Estado

O Governo de Minas vem transformando imóveis públicos antes ociosos em fonte de receita. Por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e da Minas Gerais Participações S.A. (MGI), o Estado já arrecadou mais de R$ 170 milhões com a venda de 221 imóveis desde 2019, redirecionando esses recursos para áreas prioritárias como saúde, educação e segurança pública.
A estratégia de alienação de ativos públicos tem como base a lógica da eficiência: quando não há mais interesse público, econômico ou social em manter determinado imóvel, o Estado opta por leiloá-lo. Assim, reduz custos com manutenção, evita despesas com processos judiciais e ainda reforça o caixa com receitas não tributárias, sem aumentar impostos.
Os leilões são realizados de forma 100% on-line, com acesso aberto a pessoas físicas e jurídicas maiores de 18 anos. A nova edição, o Leilão 10/2025, já está com edital disponível e traz mais de 30 imóveis localizados em várias regiões de Minas Gerais. Segundo a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa, esse processo traz ganhos múltiplos.
“A alienação dos imóveis públicos é importante para otimizar a gestão do gasto público a partir da desoneração dos cofres com despesas de manutenção e eventuais custos com processos judiciais, além de suplantar recursos para as políticas públicas prioritárias do Estado”, afirma.
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Hotel em BH é exemplo de transformação de imóvel público em novo polo de empregos
Um dos exemplos mais emblemáticos dessa política está localizado em uma região valorizada de Belo Horizonte. Um prédio de 12 andares e mais de 4 mil m², que passou anos abandonado, foi arrematado em 2021 por R$ 20 milhões.
O imóvel deu lugar a um novo empreendimento da rede AccorHotels, uma das maiores do setor no mundo, com operação da empresa mineira OR3. O total investido no novo empreendimento ultrapassa R$ 80 milhões e já gerou cerca de 100 empregos diretos. O hotel Tribe Belo Horizonte Savassi, no bairro Lourdes, foi inaugurado nessa segunda-feira (1º).

De acordo com o CEO da OR3, Ofli Guimarães, o ambiente de negócios em Minas foi decisivo para a compra. “Sempre priorizamos investimentos em Minas Gerais, especificamente em Belo Horizonte, pois quando investimos em um imóvel, valorizamos todo o entorno e isso gera desenvolvimento local e mais empregos”, destaca.
Política de aproveitamento de ativos segue em expansão
Entre 2019 e julho de 2025, o Governo de Minas já leiloou 221 imóveis em 38 municípios, incluindo propriedades fora do Estado, como na Bahia e em Santa Catarina. A meta do governo, segundo o diretor-presidente da MGI, Weverton Vilas Boas, é continuar expandindo essa estratégia.
“Nosso objetivo é ampliar a carteira de imóveis a serem alienados, incluindo patrimônios de outras estatais e órgãos públicos, além de apoiar os municípios na destinação de seus bens ociosos, promovendo o melhor aproveitamento econômico e a otimização do patrimônio público”, afirma Vilas Boas.
Outro caso de sucesso foi o de um prédio no centro de BH adquirido pela EMC Empreendimentos em 2022, por R$ 7,7 milhões. A empresa realiza atualmente um processo de retrofit (revitalização) no espaço, que será destinado à locação comercial. Cerca de 50 empregos serão gerados com a obra e operação do imóvel.
Segundo o sócio-administrador da empresa, Gustavo Dias de Meira, a medida tem impacto positivo. “É gratificante perceber que o Estado está se mobilizando para aumentar a arrecadação de forma eficiente, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades para que empreendedores tenham acesso a imóveis com grande potencial de valorização”.
Venda de imóveis públicos é prevista por decreto
A política de alienação onerosa de imóveis públicos é regulamentada pelo Decreto Estadual nº 48.678/2023, que estabelece a Sede-MG como responsável pela gestão de ativos imobiliários do Estado. Isso garante que os recursos arrecadados retornem em forma de investimentos diretos em políticas públicas.
Com uma abordagem moderna e transparente, os leilões virtuais promovidos pela MGI têm se tornado uma ferramenta poderosa para Minas Gerais reduzir desperdícios e melhorar o uso do seu patrimônio.
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