Minas consolida posição em locação de máquinas e equipamentos, com 15% do mercado nacional

O mercado de locação de máquinas e equipamentos vive um momento de expansão no Brasil e, em especial, em Minas Gerais. A expectativa é que o setor movimente cerca de R$ 70 bilhões em 2025, impulsionado pela busca por produtividade, inovação e redução de custos. Minas já representa 15% do mercado nacional, atrás apenas de São Paulo, com mais de 3 mil locadoras oficialmente registradas em operação.
Esse cenário favorável é tema central da 3ª edição da Analoc Rental Show, que acontece até esta sexta-feira (6/6), no Expominas, em Belo Horizonte, reunindo empresas de todo o País. O evento reflete a força crescente do segmento, que hoje emprega cerca de 350 mil pessoas no Brasil e envolve mais de 50 mil empresas, muitas delas concentradas na região Sudeste.
“Minas Gerais é o segundo mercado de locação do Brasil, fica atrás apenas de São Paulo. O Estado de Minas representa 15% desses números, tanto em quantidade de empresas locadoras quanto em volume de negócios. Está ali muito próximo do mercado do Rio de Janeiro. São Paulo, Minas e Rio são os principais mercados de locação do Brasil”, afirma o presidente da Associação Nacional dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc), Paulo Esteves.
Marca de Minas foca no mercado de locação

Uma das empresas presentes no evento é a Mecan, com sede em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Fabricante de andaimes, escoramentos metálicos, fôrmas e plataformas aéreas, a companhia viu sua receita crescer 15% em 2024 e projeta novo avanço de 10% em 2025, acompanhando o crescimento do PIB e o aumento da demanda pelo chamado mercado rental, inclusive em cidades de médio e pequeno porte.
“O mercado rental segue uma toada forte de crescimento. Cidades de 30, 40 ou 50 mil habitantes, que antes não tinham locadoras, hoje já contam com várias empresas iniciando operações. Para além dos grandes centros urbanos, a indústria e o agronegócio também levam progresso para o interior do Brasil”, destaca o CEO da Mecan, Sérgio Guerra.
Segundo ele, 90% das vendas da empresa já são destinadas ao mercado de locação. Para dar conta da demanda, a Mecan ampliou sua capacidade produtiva e acaba de incorporar ao parque industrial uma nova perfiladeira automatizada, que aumenta em até 20% a produção de pisos metálicos para andaimes.
“Trata-se do que há de mais moderno mundialmente. Com essa tecnologia, conseguimos maior produtividade e ainda mais qualidade nos pisos metálicos, no mesmo padrão dos mercados internacionais, como Europa e Estados Unidos”, acrescenta Guerra.
Estudo nacional vai mapear o setor de locação
Na oportunidade do evento em Belo Horizonte, a Analoc anuncia o lançamento do primeiro estudo aprofundado sobre o setor no Brasil, com o objetivo de consolidar dados e dar visibilidade ao mercado.
“Hoje, muitos negócios estão espalhados pelo País, principalmente nas cidades menores, e ainda não aparecem nas estatísticas oficiais. Com esse levantamento, teremos dados mais consistentes e poderemos fortalecer ainda mais o setor”, afirma Paulo Esteves.
A associação representa empresas de diversos segmentos que alugam desde pequenas ferramentas, como furadeiras, até equipamentos pesados, como tratores, guindastes e plataformas elevatórias, atendendo à construção civil, eventos, indústria e agronegócio.
Tendência global, com desafios locais
Apesar da penetração ainda modesta em comparação com países como Estados Unidos, Japão e Inglaterra, o modelo de locação é uma tendência mundial, especialmente por garantir flexibilidade e otimização de recursos.
“Alugar garante ao cliente acesso rápido ao equipamento, com manutenção, atualização tecnológica e sem a preocupação com a depreciação do ativo. Além disso, elimina o custo e a complexidade de gestão. Com a expansão da economia e o amadurecimento do setor, cada vez mais empresas e empreendedores optam pela locação”, explica Guerra.
O setor, no entanto, ainda enfrenta obstáculos importantes, como a alta da taxa de juros e a incerteza em relação às mudanças tributárias.
“O Brasil tem questões estruturais que precisam ser observadas, como a alta dos juros e os efeitos da reforma tributária sobre as locadoras. Muitos empresários ainda desconhecem as implicações dessas mudanças. É um tema que queremos trabalhar de forma mais ampla na Analoc”, conclui Esteves.
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